Cansei de correr atrás das borboletas. Cansei de cuidar do jardim. Cansei de amar assim, sem reciprocidade. Cansei. Cansei desse jogo complexo chamado amor. Cansei de amar e só receber indiferença em troca. Meu caro ser amado, custa se importar um pouco sequer com a minha pessoa? Custa me ligar, uma vez que seja, para perguntar como foi o meu dia; se eu ainda tenho os mesmos sonhos, os mesmos planos, os mesmos medos? Penso se deve ser tão árduo assim oferecer a sua mão nos momentos em que mais preciso de um apoio, de um ombro amigo, dessas coisas que a gente precisa sempre porque a vida, meu amor, não é um mar de rosas não. Sinto-me o pior dos seres humanos por essa necessidade de querer amor em troca. Dizem que, quem verdadeiramente ama, não pede nada em troca. Nada. Absolutamente nada. Contenta-se em amar pelo prazer de amar. Cuida pelo simples prazer que sente em cuidar do outro. Então, infelizmente, eu nunca amei. Não, não que amar você não seja a melhor coisa do mundo, meu raio de sol. Não que eu não sinta uma satisfação incrível em cuidar de você, meu querido. De segurar a sua mão quando você se sente inseguro, temeroso ou qualquer coisa assim que precise de meu apoio sincero e incondicional. Eu adoro estar perto de você. Eu adoro fazer-lhe bem. Mas será que peço demais quando imploro um pouco de aconchego, de colo, de ombro, de abraço, de beijo, de caminhar juntos, de conte comigo, meu amor? Ah, meu bem, eu estou tristemente cansada... Ansio por uma ligação sua, um cartão-postal, uma rosa. Sei lá, queria que você tocasse a campainha da minha casa, colocasse um bilhetinho por debaixo da porta com os dizeres "Hoje eu senti uma falta sufocante de você, por isso resolvi vir aqui, lhe ver...", então abriria a porta e você me abraçaria forte e carinhosamente, ao mesmo tempo, assim como parece ser, confuso, intenso, só nosso. O amor que só a gente entenderia. Amor esse que dispensa explicações. Amor que se sente dentro, assim, do lado esquerdo do peito.
Erica Ferro