Poxa!

em quinta-feira, outubro 25, 2012
Poxa!
Sim, resolvi começar a escrever esse texto com um lamento.
Um lamento guardado há dias, mas que agora está pronto para sair, me libertar.
Estou, simplesmente, notadamente, infinitamente... Cansada.
Eu cansei de fingir o sorriso, cansei de não me incomodar com as conversas, cansei de fingir que nada está acontecendo.
É, pode ser que o problema todo seja esse: o nada acontecendo.
Mas eu cansei! Cansei de olhar nos olhos e passar a impressão do "está tudo bem", de confiança, quando na verdade me sinto desmontada, quiçá destruída por dentro.
O olhar está escurecido, perdido. As mãos não encontram mais posição. As pernas não param de balançar. E o cansaço de fingir que está tudo bem está me consumindo, aos poucos, lentamente, gradativamente.
Não, não está tudo bem. O vermelho lembra sangue, o copo de café parece sempre escorrer entre os dedos, o rosto de bom dia se mostra cada vez mais entediado, mais acabado.
Mas eu sempre digo para você que se as coisas não estão bem, elas tem que ficar. Então visto a minha máscara, respiro fundo e tiro um sorriso de onde der. Vai dizer que não fica tudo bem assim?
Sim, está tudo bem assim, é como deveria estar, não?
E por que diabos por dentro eu não me sinto assim?
Sabe, eu cansei.
E também resolvi terminar esse texto com um lamento...
Poxa!

Letícia Christmann

Uma dose de sinceridade para raça humana, por favor

em quinta-feira, outubro 11, 2012
Nada como uma boa noite de sono para clarear as ideias, para colocar as coisas no seu devido lugar e para entender o que não se conseguiu entender no calor da hora.
Eu sou uma inconformada, isso é verdade. Reclamo mesmo, reclamo muito, mas reclamo de coisas que julgo estarem erradas, reclamo de atitudes alheias que interferem diretamente na minha vida. Reclamo da falsidade do ser humano, da hipocrisia, dessa mania contraditória como alguns vivem. Eu aprecio tanto a verdade, mas tanto. Acho tão bonito quando a pessoa assume o que pensa e não tem nem um pingo de medo de expôr os seus pensamentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. Acho lindo quem tem coragem de assumir o que é. Eu não suporto é essa falta de sinceridade em algumas pessoas. Pessoas que agem de maneira contrária às ideologias que prega. Pessoas que dizem querer o bem de uma outra pessoa, mas os seus atos não condizem com suas palavras. Pessoas que vivem declarando amizade eterna, mas agem vilmente com os seus ditos amigos. Pessoas que proferem aos quatro cantos o amor que sentem por outra, mas traem e ferem deliberadamente.
Sabe, o que é verdadeiro permanece na minha vida. O que é de plástico, artificial e falso eu prefiro deixar pelo caminho. Quero estar cercada de quem me quer bem de verdade, não de quem só espera uma oportunidade de me apunhalar pelas costas. Do meu lado, eu só quero quem goste de mim genuinamente. Quero amigos que sejam excessivamente sinceros comigo. Se eu precisar ouvir verdades, que me digam diretamente, sem rodeios. Eu sou assim, impulsiva, prolixa, mas pelo menos tenho em mim essa quase patologia de ser sincera, de botar a boca no trombone e proferir verdades, seja pra quem for. Eu não uso máscaras, não ajo no anonimato. Eu tenho coragem de admitir o que eu penso, de peitar quem quer que seja. Pena que nem todos são assim...

Erica Ferro



 
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