Céu!

em sábado, abril 25, 2009
"O céu estava deprimido
Se fechou
Desbotou
Chorou
A noite e o dia inteiro
Cansou
Se abriu
Sorriu
O sol surgiu e fez companhia a ele..."



Confesso, me pareço muito com esse céu. Me deprimo, choro, me visto de cinza, preto e branco... As cores me ferem os olhos... Não! Elas não me ferem os olhos...
Elas me alegram, e têm momentos em que eu só quero a tristeza, a solidão.
A solidão não é tão má; não quando se tem a si mesmo.
Mas se somos insuportáveis até a nós mesmos, a solidão é um pesadelo.
A solidão não é como pintam...
Ela serve pra pensar, pra se encontrar...
Tudo bem que não serve pra viver.
Viver é mais do que pensar e se encontrar. Viver é sonhar, realizar, dividir, amar.
Chorar? Normal. Fechar-se para o mundo por um ou uns dias? Normal. Voltar a acreditar no mundo, nas pessoas e em si mesmo? É preciso.
Vivo assim...
Chorando e rindo, indo e vindo, brigando e me reconciliando, errando e corrigindo.
Sou um céu. Às vezes cinza, às vezes azul.
Mas um céu.


(Erica Ferro)

Fênix

em quinta-feira, abril 23, 2009
"Por mais escura que seja a noite, não se assuste. Até hoje nenhum amanhecer foi engolido pela escuridão."

Sabe?! Aquele sorriso do primeiro te amo no rosto? Da surpresa do: Você tá mesmo me dizendo isso?
Tem momentos que deveriam ser gravados... Tá, eu já escrevi isso...
Mas tem coisas que eu queria ver e rever pro resto da vida, mesmo na melancolia do passado...
Me diz: Você não queria ter um álbum estilo Harry Potter com as pessoas se mexendo? E pô, tão vivas que você não acreditaria que o que passou... ahn... passou!
Mas sim, tem AQUELE momento que é único, que é eterno, que fica gravado na mente e no coração... Que você se lembra dele a cada instante depois que acontece... E com o passar dos dias você lembra uma ou duas vezes... E depois, cai no esquecimento...
Memória burra, é tão mais fácil lembrar das coisas ruins... Por que as coisas boas não marcam tanto quanto as ruins?!
Eu tive um dia bom. Mas semana que vem eu num vou lembrar nem a data!
Penso que os pensamentos e que momentos deveriam ser como uma Fênix (ok, Harry Potter influencia de novo), mas sabe por que? Porque morrem e voltam, morrem e voltam... e renascem com força total... E tendo uma experiência de vida e uma nova vida fantástica.
Pensamentos e Momentos Fênix... Tá'í uma coisa que deveriam ter inventado.

Letícia Christmann

em terça-feira, abril 21, 2009

Motivo


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Cecília Meireles.

Risquei as paredes do meu quarto - Metáfora!

em domingo, abril 19, 2009
Risquei as paredes do meu quarto, queria ver como ficava. Eu sei, foi um impulso, talvez um momento de loucura, de pura loucura.
Porém pensei que tinha tinta pra cobrir os rabiscos. Mas não tinha
Agora todos que entram em meu quarto veem os rabiscos; se horrorizam. Mas eu digo-lhes que me arrependi de ter feito.
Mas não me perdoam.
Dizem que foi um desvairamento. Eu sei que foi
Mas eu me arrependi e aprendi que não se faz rabiscos em paredes, até porque acabam com sua beleza, sua delicadeza.
Isso não basta?
Será que sempre vão me apontar os rabiscos que eu fiz nas paredes?

(Erica Ferro)

Conversa

em
Menino diz:
Tem muitas coisas em você que lembra eu...

Menina diz:
"eu entreguei meu coração pra você, eu entreguei meu coração porque nada nesse mundo se compara a você"
E você fez o que quis com ele
Jogou no lixo
Pisoteou
O curou
E fez tudo de novo
Mas, desta vez, ele tá tentando se auto regenerar
O que em mim lembra você?
Onde você vê isso?

Menino diz:
A cada palavra, a cada atitude...
O mundo dá voltas

Menina diz:
Nem sempre...
O que acontece é que agora eu sei o que eu errei, e eu sei o que eu tentei fazer pra arrumar, e que eu fiz tudo que qlqr pessoa poderia fazer... mas não, vc não quer mais... O que tava em jogo era eu e você. e ainda assim, eu e você parou por ali.

Menino diz:
E o amor que eu tenho pra dar?

Menina diz:
"a gente não percebe o amor que se perde aos poucos sem virar carinho, guardar lá dentro o amor não impede que ele empedre mesmo crendo-se infinito, tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém... somos se pudermos ser ainda, somos fruto do que hoje não há mais. Não, não foi ontem que eu disse não, mas quem vai dizer tchau?" (Nando Reis)
sabe o que acontece... que amor é esse sem cuidado nenhum? que amor é esse em que vc deixa uma pessoa com o coração arregaçado como vc fez? nesse amor, eu não acredito que seja amor

Menino diz:
Não tenho mais como mudar a sua concepção sobre os fatos...

Menina diz:
Vc, mais uma vez, impõe seu limite... E você se limitando, eu não tenho como te permitir nada.

Menino diz:
Eu só to aceitando a realidade.

Menina diz:
E qual sua realidade?

Menino diz:
Você não acredita mais em mim e no que eu sinto
A realidade é que você não acredita mais no que eu sinto, que você tem uma vida em que só as pessoas que se encaixam estão nela e eu não sou uma delas.

Menina diz:
VOCÊ diz que não é uma delas, como quer se encaixar?

Menino diz:
Qual o coração que você tem aí?

Menina diz:
Aquele que você jogou fora lembra? Nunca brinque com um coração machucado, ele é capaz de coisas que você não imagina.
E ele era seu, não se esqueça disso...
Tô indo agora, fica com Deus...
E qualquer coisa, sabe onde me encontrar...
"Cuide bem do seu amor, seja quem for..."


Um fim de noite qualquer, uma conversa qualquer. Quando dois corações se amam, mas duas mentes não se entendem... Como é que faz?


Letícia Christmann

Já nem sei se é a palavra certa para usar...

em sexta-feira, abril 17, 2009
Saudade é um sentimento estranho...
Por olhar para o lado, ver mil pessoas, procurar apenas uma na multidão?
E por mais que se vasculhe... Cadê?!
Saudade Saudade...
Tem vezes que mil palavras não descrevem o que passou...
Que nenhuma foto retrata a som do riso gostoso...
Que, por mais que passou, que seja passado...
Poderia ser presente, não?
Afinal, por que é que não se junta tudo numa coisa só?
Penso que o mundo deveria ser um ovo.
Aliás, vários ovos.
Que cada ovo tivesse a formação da comunidade que queremos e volta de nós.
E assim, havendo trocade comunidades, se formassem novos ovos.
Amigos é a família que Deus nos permite escolher.
Então, porque eu não moro com aquela que Deus escolhe pra mim e com a que eu mesmo escolho?
Saudade é um sentimento estranho...
Tua ausência faz silêncio em todo lugar.
Letícia Christmann

"O Brasil é uma
República Federativa
cheia de árvores
e gente dizendo adeus"
Oswald de Andrade
em quinta-feira, abril 16, 2009
Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer...♫
(O Teatro Mágico - O mérito e o monstro)
Sofrer
Morrer
Renascer
Continuar a viver
Nem sempre é fácil
Mas é necessário
A não ser que você queira ser apenas mais um que respira, e nada faz
Nada é
Nada quer
Nada será
(Erica Ferro)
em segunda-feira, abril 13, 2009
Cecília Meireles
"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)

Inundar-se de vida!

em domingo, abril 12, 2009
"Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações." (Clarice Lispector)

"Inunde-se, mas não se afogue! Saiba contornar as ondas do mar que quiserem te afogar!" (Erica Ferro)

Desorganizada!

em sexta-feira, abril 10, 2009
“Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia – a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la –, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me mesmo seja de novo a mentira que vivo.”
(Clarice Lispector)
 
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