Vamo vamo, minha gente
stamo em tempo d'eleição
o rico enxerga o pobre,
dis adeos, apert'a mão.
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Nos prometem bo'estrada
muita agua - chafariz
e os bobo cá da roça
acredit'o que elles diz.
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Vamos tê cadea nova,
lampião pelas esquina
uma estrada de Guapor,
Lá pr'a provincia de Mina
-
A igreja nen se fala -
vai piá muito dinhêro
mais depois de dad'o voto
fica tudo no tintêro.
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O caipira só tem carta
quando é tempo d'eleição
se o graúdo ve os pobre
dis adeos, apert'a mão.
-
Venha votá comigo,
qu'eu te dô cavalo bão,
e depois que tudo passa
o caipira é bão ladrão.
-
Inda há caipira bobo
qu'escuta as oração
e por causa d'isso tudo
eu não dô meu voto, não.
Manoel A. Galvão
Ps. Este texto foi vinculado no primeiro jornal de São Paulo,
que se chamou Almanach Litterario de São Paulo,
que circulou entre 1876 a 1885.
E aí, as coisas mudaram muito?
Postado por Letícia Christmann
Um comentário:
eu amar vc e suas posts, menina prodigio, orgulho *-*
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