Minha estrela

em domingo, dezembro 22, 2013

Meu amor, o céu que te cobre é o mesmo que me cobre. 
Mas, meu amor, o céu não tem fim, e você está longe. 
Como fará o meu céu "estrelar"? 
Como fará, se nem sabe que meu amor é?
Como fará?
Venha encher meu mundo de estrelas.
Venha, sem reservas ou medos. 
Venha, estou a te esperar.

Erica Ferro

Serenata

em terça-feira, dezembro 03, 2013
Venha, quebre o silêncio da noite
Ou interrompa o barulho do dia
Cantarolando para mim uma canção
Palavras musicadas ao vento
E meu desejo é estar em suas mãos

Venha, invada o escuro da madrugada
Ou me mostre o quanto brilha o sol
Dê compasso aos nossos beijos
Poemas decifrando sentimentos
E eu me descubro em seu lençol

(Karol Coelho)

Platônico

em segunda-feira, outubro 28, 2013
Sou a mais desvairada das apaixonadas
Não guardo segredo
O nome da minha paixão
 está pendurado no varal
do meu quintal

Sou a mais desvairada das apaixonadas
Mal cabe no peito o apreço
que sinto pelo meu amado
Cabe tão mal,
que poetizo

Poetizo porque amor não externado
sufoca
E amor não é pra sufocar
É para encantar, para acalentar,
para, por que não?, apaixonar

Apaixonei-me, não
me envergonho
Apaixonei-me, não
temo
Apaixonei-me,
é platônico
Apaixonei-me e amo
num silêncio quebrado
por ocasionais declarações
de amor em forma 
de poemas
tortos

(Erica Ferro)

Bobo

em sábado, outubro 19, 2013
Me viciei naquela canção
Que você fez pra ela
Pra dizer que o amor
Foi pela janela e não sabe, não
Se um dia volta para o coração

Aquela letra que você riscou
Pra mostrar que tudo
Ainda não acabou
Que a vida nada pode oferecer
Se não se coloca para receber

Esses versos bobos
Que eu sei que outros
Poderiam até escrever
O amor dá nisso quando ele acaba
Faz você dizer, pensar que há mais nada

(Karol Coelho)

Porque nem sempre se consegue manter o coração a sete chaves quando o relógio bate meia-noite

em sexta-feira, agosto 09, 2013
Tic tac. Tic tac.
Meia-noite.
Meu bem, é chegada a hora de devanear.
Desculpe-me, mas preciso dizer-te umas três mil e uma coisas desconexas, ou talvez apenas complexas sobre um gostar demasiado, uma saudade doída, tão doída, que penso que meu coração vai explodir qualquer dia desses.
Desculpe-me, meu bem, meu bem que não faz sequer a mais pequena ideia da imensidão de felicidade que me proporciona umas poucas horas ao seu lado.
Desculpe-me, mas quero dizer-te tantas coisas, mas tantas e tantas.
Eu te amo? Talvez. É possível. É bem possível. 
Meu bem, eu não sei de muita coisa nessa vida, de muita coisa mesmo, mas de uma eu sei com tanta certeza, mas tanta, que chega a doer toda a minha alma: preciso de você nos meus dias. Repentinamente, você virou uma necessidade básica. E, confesso, eu estou morrendo aos poucos por conta dessa sua ausência. Onde você está?
Por favor, volte. Volte correndo e sorrindo, porque preciso de você, do seu sorriso, da sua alegria, da sua doçura. Volte, porque você transforma um simples dia, com coisas triviais, em algo encantador e empolgante. Porque você é puro encantamento e doçura. Porque eu quero muito tocar o seu rosto e enlaçar você num abraço mais do que demorado. Porque eu quero sentir o seu cheiro e tentar registrá-lo na minha memória, pra nunca, nunca mais esquecer. 
Porque você me faz bem como ninguém jamais fez ou faz.
Volte, peço-te, volte. Mas volte logo, por favor, meu bem, meu amor.


Erica Ferro

Insônia

em domingo, junho 30, 2013
É como se estivesse sendo sufocada.
Sentia um nó na boca do estômago, um calafrio na espinha e uma necessidade incessante de respirar fundo - como se pra comprovar que ainda estava viva.
Não conseguia encontrar uma posição pra dormir, 3, 4, 5 da manhã e nada. Os pensamentos davam loopings em uma balança do que havia acontecido até aquela noite e o que ainda estava por vir, entrecortados por uma imaginação fértil que começava a desenhar coisas onde não havia nada, alucinações? 
Sentou-se, abriu o notebook e resolver escrever, para ver se aquela sensação passava.
Lá fora, a escuridão iluminada apenas pela lua e pelas estrelas, o som pausado do murmurar dos grilos, e o sussurrar de um vento fraquinho que vibrava aqui e ali. Lá longe, o uivar de um cachorro, talvez se sentindo tão solitário quanto ela. Um carro ou uma moto passava vez ou outra.
Era, mais uma vez, o início de uma mudança que não sabia onde poderia desembocar. O não saber pra onde ir, o que fazer, onde se enfiar.
Sabia que não era a única insegura. Já no seu ciclo de amigos os sintomas eram claros e assustadores, agudos.
Sentiu os olhos encherem-se de lágrimas, sufocados em um choro que ela estava terminantemente decidida que não iria acontecer. Não iria fraquejar, não no meio da madrugada e sozinha para sentir-se ainda mais só.
Respirou fundo, enxugou as lágrimas não seguradas e se auto-diagnosticou: crise de ansiedade. Crise do quarto ano. Crise dos vinte e poucos. Crise do fim de um ciclo. Crise.
Letícia Christmann

Por um tempo

em sábado, junho 08, 2013
Por um tempo eu morri
Sim! Me calei!
Não olhei nos olhos de ninguém
Não sorri para o meu bem

Por um tempo eu morri
Sim! Me fechei!
Fiquei sozinho numa sala escura
Não queria sair na rua

Por um tempo eu morri
Sim! Mas chorei!
Meu coração ainda batia
Não me perguntaram o que havia

Por um tempo eu morri
Sim! Mas renasci!

Não me calo
Olho nos olhos
Sorrio e me faz bem

Me abro
Acendo a luz
E saio todo dia também

Não choro
E o coração animo
Quero mesmo me manter vivo!


(Karol Coelho)

Meu feriado

em quinta-feira, maio 30, 2013
Meu feriado é ele que me tira do caos de cada dia pra me fazer um cafuné.
É seu beijo, seu abraço, seu carinho que me tira o peso da consciência por dar um tempo no itinerário.
Meu feriado é seu sorriso que me dá descanso da agenda, das anotações, dos lembretes.
Meu feriado começa no momento em que o encontro.
Pode ser segunda ou quinta-feira. Pode ser agora.

(Karol Coelho)

Travesseiro

em quarta-feira, maio 29, 2013
Quando você se foi,
Eu dormi uma semana abraçada com o travesseiro que você usava,
Tinha seu cheiro.
Na semana seguinte,
Seu cheiro já havia ido embora, como você,
E eu seguia dormindo abraçada com o mesmo travesseiro,
Por saber que você havia dormido nele por algum tempo.
Depois,
O travesseiro parecia seu corpo,
E eu dormia abraçada nele imaginando você me abraçando naquelas noites geladas.
Mais tarde,
Eu ainda dormia abraçada nele, por rotina,
Ou quem sabe porque não conseguiria dormir sem abraçar seu travesseiro.
Seu travesseiro, veja, continuava a pensar em você antes de dormir.
Hoje,
Não te associo mais com o travesseiro,
Vejo que é bom que você tenha ido...
O que vira rotina, morre.
E esse travesseiro na minha cama é muito mais confortável que você na minha vida.

Um desabafo.
Letícia Christmann

Morte versus Vida

em quarta-feira, maio 22, 2013
Você sente o peso da vida diante da morte

A morte deixa marcas na vida
A vida evita a morte
A morte aterroriza a vida
A vida luta contra a morte
A morte dá o sono à vida
A vida não quer nada da morte
A morte quer tomar para si a vida
A vida não quer se dar à morte
A morte quer o chôro da vida
A vida não sonha nem com o sorriso da morte

Inevitável é a vida para quem nasceu
Inevitável é a morte para quem viveu


(Karol Coelho)

Dia da poesia - Gabriel Possamai

em sexta-feira, março 15, 2013

Dia da poesia
Gabriel Possamai

Que dia é hoje
Se não o dia da poesia
O dia onde amantes literários
Saem dos armários
Com suas produções
Proveniente de seus corações
O dia onde o garoto apaixonado
Denota o seu atual estado
Fazendo juras de amor eternas
À sua garota, musa fraterna
Dia em que amantes da natureza
Enchem o pulmão e gritam: “Oh, mas que beleza!”
E realçam a beleza de um beija-flor
Que paira no ar
Em busca do néctar da natureza
Mas, é uma pena
Que tal dia de suma importância
Tenha uma relevância
Tão ínfima, tão pequena
Importante apenas
Em rodas literárias
Para pseudo-intelectuais
Que, entusiasticamente debatem
Sobre quem foi melhor
Pessoa, Neruda, Quintana, ou Bandeira
Mas, eu
Não endeuso mais uma garota
Não canto mais a beleza
Da mãe-terra, da natureza
Não falo mais sobre os problemas
De um mundo conturbado
Cheio de dilemas
Todo perturbado
Nem homenageio os grandes
Que belezuras inesquecíveis escreveram.
E que inspiram os jovens sonhadores
A serem tão bons contadores
De mentiras, como dizia o Fernando
Não, eu não
Ao invés disso
Faço um poema
Por motivos tão esdrúxulos
Tão egoisticamente recriminados
Por que desperdiço tamanho talento?
Ora, quem liga hoje
Para o trabalho do poeta
Cantei o amor para meus amores
Cantei o repúdio para os meus inimigos
Cantei as belezas da natureza
Escrevi, relatei, denunciei, instiguei
Mas, de nada tal trabalho adiantou
Como um louco que fala sozinho pelas ruas
Meus amores não me querem
Minhas musas me abandonam
Meus inimigos governam
Oprimindo e explorando o meu povo
Ó, o meu povo
Humanos mesquinhos
Egoístas, falsos
Mas, possuidores, de um tão
Bom e grande coração
Esse povo que canta a beleza das ruas
Que me faz ainda ter esperanças
De que um dia nos levantaremos
E nos rebelaremos
Mas, é assim o trabalho do poeta
Como de um pintor, Van Gogh
Jamais valorizado em vida
Entrou para a eternidade
Com os quadros mais belos
Caros e feitos com esmero
Eis o trabalho, de hoje do poeta
Permanecer cantando
Como um trovador solitário
Fazer a chama
Que, fraca, ainda lume
Continuar acesa
Para toda a eternidade
Ou, ao menos, para tornar
A escuridão que há de nos engolir
Mais suportável
Por isso, por agora suplico
Ó, poetas do mundo
Não calais jamais a vossa arte
Pois o mundo precisa de nós
Não só por apenas um dia
Mas para retratar a beleza
De uma vida inteira
E que seja possível
Que os que ainda virão
Leiam isso, leiam aquilo
E pensem, e digam:
“Oh, mas como era bobo
Aquele, aquele jovem poeta
Estudante das leis
Que desperdiçou todo seu potencial
Vivendo uma vida não condizente
Com o seu verdadeiro potencial
De retratar um mundo triste, doente
Mas como eram belos
Aqueles porcos versos
Que ele fazia
Em poucos minutos
Para dedicar
A uma amiga
A qual, tem ele
Uma imensa admiração
E, viver sem ela
É o mesmo que viver sem ser são”
É assim que me despeço!
Feliz dia da poesia!
Aos amantes literários
Aos que querem mudar
O mundo que aí fora está
A todos os seres, entes
Merecedores ou não
De ler tantos versos toscos
Que pretendiam retratar
O magnânimo trabalho
Do desconhecido poeta
Que dedicou a sua vida
A abrir os olhos
Dos cegos do castelo
Enfim, feliz dia da poesia!
(Não façam poesias
Façam amor,
Que é bem mais reconfortante
Do que fazer um trabalho estonteante
Sem jamais ser reconhecido
Pelos versos escritos,
Pelo mundo imaginado)

• • •
Ontem foi o dia nacional da poesia. E, ah, a poesia! Que coisa linda que é poesia! Que encanto que são os poetas! Quão maravilhoso é ler versos intensos, extremamente sinceros ou demasiadamente imaginários. Eu não sei poetizar, mas tenho alma de poeta. Sinto muito, sinto tanto, que às vezes preciso escrever uns versos também, tortos, mas ainda versos, e meus, que é o principal. Esses não são meus. Esses versos muito belos e muito bem colocados foram escritos por Gabriel Possamai Boneto, um cara de um humor um tanto ácido, de ideias e ideais bem definidos e louváveis, mas, sobretudo, com uma alma muito bonita. Porque todo poeta tem uma alma bonita. Ou, ao menos, é assim que vejo.
Dia de poesia foi ontem, é hoje e é sempre.
Poetizemos, pois!
Postado por Erica Ferro

Etaa!

em quarta-feira, março 06, 2013
Foi um copo de rum. Um copo de caipirinha. Algumas cervejas. Algo com vodka batizado de "Amnésia". Máscaras e chapéus. Ursos, vídeo-games, mexicanos, bobos da corte, aniversários, Coringa do Batman... Tinha de tudo. E estava tudo meio devagar. A música, ruim. Muito, muito ruim. Um samba que não dava pra ouvir o batuque. Um samba que o vocalista não conseguia cantar "a amizaaaade, nem mesmo a força do tempo irá destruir." Muita gente também, um calor insuportável. Amigos queridos em volta. Histórias adormecidas aparecendo hora com chapéu de princesa, com laço, hora com alguma maquiagem no rosto que, depois do suor, já estava indecifrável para entender o que um dia significara. Cerveja, gelada, quente... Maldita devassa! A companhia pelo menos era boa, os sorrisos verdadeiros. Se perguntava ainda porque diabos insistia em estar ali. É, senhor quarto ano de faculdade, bem vinda a última semana do bixo. Bixo? Por toda parte! De saia, pelado, fantasiado, virando estrelinha e claro... Tropeçando em você! Semana do bixo não é semana do bixo sem um pisão daqueles bem dados no dedão. E a rodinha também, sempre vira corredor. Tudo estava devagar, mas girava. Os presentes se divertiam de tal forma que o riso era gostoso, apesar de embriagado. E dançando para tentar suportar o grupo de samba realmente ruim, a verdadeira libertação. O chão deixa de ser o limite e passa a ser o palco. Mais uma cerveja. O banheiro, um nojo: obrigada Unesp por me ensinar a fazer xixi em pé! Cerveja quente, mas que pecado desperdiçar. A marchinha de carnaval começa a tocar: finalmente algo bom! "A pipa do vovô não sobe mais..." (não mesmo, será?). Pensamentos aleatórios. Gente dançando e girando e dançando e girando. Ai, que tontura! Hora de ir embora. Não, mais uma cerveja, agora presente. Mais alguns goles. Tudo meio sem cor, com cor demais. Ora ora, quarto ano e bebinha? Não tem vergonha não? Ainda não aprendeu que não pode misturar. Ok, hora de ir embora, deitar na cama e rezar para acordar a tempo de ir na reunião. Puta, tem reunião amanhã! Céus... São 6 quarteirões, 4 horas da manhã. Que caminho longo. Por que estou andando em ziguezague? Uma verdadeira luta conseguir abrir o portão. O mundo gira quando deito. Gira, gira, gira que agarro a cama com medo de cair. Vou virar pro outro lado para me sentir melhor. Má ideia. O vômito certo, pena que foi no lixo do quarto... Não daria tempo para chegar ao banheiro. Ai, que dor de cabeça. Acho que passou um furacão por esse quarto. O cabelo grudado na cara, com o sol entrando pela janela, que calor, que frio, que tontura, que mal estar, que enjoo. Não consigo levantar. O mundo está sem cor, e o mundo gira como um disco voador. Nunca, nunca mais vou beber assim. Ahn tá, promessas de ressaca. Por favor fígado, volte ao normal, vai ficar tudo bem. Puta que pariu! Hoje tem reunião.Coca, muitos litros de coca cola. Consigo parar em pé, sem ver o mundo girar, até com alguma cor. Aquele sol escaldante de Franca pós meio dia, sair na rua é virar torrada, e que mal estar!  Puta que pariu, que ressaca filha da puta!

Letícia Christmann

Bem perto de mim

em quarta-feira, fevereiro 27, 2013
Meu amor, eu não sou poetisa
Não sei fazer poema com métrica
ou rima rica
Mas por você eu escrevo
Linhas tortas mesmo
que retratam meu amor exacerbado,
Porque eu só sei amar assim:
exageradamente

Igual Cazuza, sabe?

Meu amor, você tira 
o tédio dos meus dias.
Seu riso é que
faz a minha alegria

E o que bate aqui
no meu peito é um amor
indiscreto, 
do tipo que não
titubeia em dizer
eu te amo

E eu te amo
Amo mesmo
Muito
Demais

E eu te quero bem
Demais

Te quero bem
Aqui
Bem perto de mim

Erica Ferro

Como?

em sábado, fevereiro 09, 2013
Como não se desesperar enquanto se espera?
Como manter a fé em meio a uma tempestade de tristeza?
Como manter a calma debaixo de uma chuva
torrencial de desilusões?

Como?
Como viver sem perder o ritmo,
sem tropeçar nas próprias pernas?

Como?

Há um método pra viver 
sem tantos percalços,
sem tantos embaraços?

Como amar e ser amado?
Como falar e ser
escutado,
considerado?

Como viver?
Como fazer?
Como ser?

Erica Ferro

Vem me ver!

em quarta-feira, janeiro 23, 2013
E essa saudade de você que não passa?
Sério, você pode achar que é exagero
Mas, meu bem, meu amor é tão
grande, mas tão grande,
que chega a doer
aqui dentro do peito

Vem me ver!
As portas da minha casa estão
abertas pra você.
Mas vem rápido,
porque acho que se eu não te ver
logo, vou morrer
de saudade

As pessoas desacreditam, mas
 morre-se de saudade,
sabia?
De saudade e de amor,
e eu te amo tanto

Acredita, ninguém vai
te amar mais do que eu
Ninguém

Sei que o meu amor por
você é meio louco,
meio torto, 
mas é amor

Vem me ver!
Mata essa minha
saudade
Mata essa minha vontade
de olhar pra você

Erica Ferro
 
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