Travesseiro

em quarta-feira, maio 29, 2013
Quando você se foi,
Eu dormi uma semana abraçada com o travesseiro que você usava,
Tinha seu cheiro.
Na semana seguinte,
Seu cheiro já havia ido embora, como você,
E eu seguia dormindo abraçada com o mesmo travesseiro,
Por saber que você havia dormido nele por algum tempo.
Depois,
O travesseiro parecia seu corpo,
E eu dormia abraçada nele imaginando você me abraçando naquelas noites geladas.
Mais tarde,
Eu ainda dormia abraçada nele, por rotina,
Ou quem sabe porque não conseguiria dormir sem abraçar seu travesseiro.
Seu travesseiro, veja, continuava a pensar em você antes de dormir.
Hoje,
Não te associo mais com o travesseiro,
Vejo que é bom que você tenha ido...
O que vira rotina, morre.
E esse travesseiro na minha cama é muito mais confortável que você na minha vida.

Um desabafo.
Letícia Christmann

2 comentários:

Karol Coelho disse...

O que vira rotina sempre morre!
Acabemos com a rotina! E sejamos felizes!

uma criança. disse...

Gêmea. Sempre gêmea.

 
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