Sou a mais desvairada das apaixonadas
Não guardo segredo
O nome da minha paixão
está pendurado no varal
do meu quintal
Sou a mais desvairada das apaixonadas
Mal cabe no peito o apreço
que sinto pelo meu amado
Cabe tão mal,
que poetizo
Poetizo porque amor não externado
sufoca
E amor não é pra sufocar
É para encantar, para acalentar,
para, por que não?, apaixonar
Apaixonei-me, não
me envergonho
Apaixonei-me, não
temo
Apaixonei-me,
é platônico
Apaixonei-me e amo
num silêncio quebrado
por ocasionais declarações
de amor em forma
de poemas
tortos
(Erica Ferro)