Hoje o meu canto é triste porque o meu moço
partiu assim, tão abruptamente, sem sorriso
de despedidas, sem nada, nadinha.
O meu moço foi e levou tudo o que eu tinha:
eu só tinha ele.
Será que o moço ouve meu canto choroso?
Moço, eu te tive tão sem querer, tão suavemente,
tão secretamente, que você partiu sem saber
que era meu, e era meu pra sempre.
Não sei onde você se escondeu.
Você se escondeu?
Não sei, eu não sei de mais nada.
Só sei que meu maior desejo, meu maior sonho,
minha única obsessão no momento é encontrar
você e dizer: "moço, você é meu... Não percebeu?".
Não posso me enganar. O meu moço não me ouve.
Ah! Hoje minha canção é tristinha.
Eu não quero mesmo que vocês escutem.
Vocês chorariam.
E eu não sou tão egoísta de querer ver vocês tristes
comigo, compartilhando da minha dor.
Na verdade, eu quero essa dor, eu quero lidar
com ela.
Quero saber matá-la, mas eu espero matá-la
com um beijo dele, o do moço dos meus sonhos.
Um beijo do moço das minhas loucuras, das minhas
agonias.
O moço que é toda a minha alegria.
O moço que é meu, mas não sabe.
E eu espero que não morra sem saber.
Aliás, quem morrerá serei eu, senão conseguir
dizer-lhe isso logo.
A dor é grande.
E eu continuo cantando.
Cantando e chorando...
estórias.
Já inventei estória no Sacudindo Palavras.
Agora resolvo devanear por aqui.
Há muito que não sinto essa dor intensa
de paixão sofrida, castigada e unilateral.
No meu coração, as coisas estão calmas,
tranquilas e, hoje, sei amar sem afobação,
sem muitas ilusões.
Amo sem procurar motivos.
Amo porque amor, seja lá como for,
nos torna melhor.
Colore a vida.
Hasta la vista, muchachos!
=*