Os olhos estão pesados. Os braços estão descordenados. Sabia, era apenas mais uma decepção. Mais uma entre as várias que já teve. Não dormia bem há alguns dias. Aquela angústia consumia. Uma vontade constante de chorar. Uma força descomunal para se controlar. Surpreendeu-se percebendo o quanto as coisas não eram como deveriam ser. Ele gostava, gostava sim. Mas não sabia como demonstrar. Era um gostar diferente. Um gostar possessivo. Não suportava isso. Pediu desculpas e foi dormir sozinha naquela noite. Os olhos, pesados. Os braços, abraçando-a agora. No fim, nada faz muita diferença. Todo fim é um recomeço, já dizia alguém. Mas já estava exausta de recomeçar.
"Se você quer que eu feche os olhos pra alguém que foi viver algum dia lá fora. E, nesse dia, meu mundo acabar, só vou ligar pra aquilo que eu não fiz.".
(Capital Inicial - Algum Dia)
Letícia Christmann
2 comentários:
Recomeços, coisa complicada, né? Mas acredito que eles sempre são válidos, sempre nos acrescentam demais.. E esse lance de possessividade é complicado. Até o amor tem um certo limite... quando começa a virar possessividade a coisa fica meio tensa. Mas o pior é que, quase nunca, conseguimos de fato diferenciar e perceber isso. mas vamos levando, né? Beijos Porno, muito bom o blog!
Porque chega uma hora em que não há mais forças e nem vontade de recomeçar, então as coisas acabam.
=**
Tu espanca escrevendo, Lê!
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