Sem interrogações.

em quarta-feira, setembro 05, 2012
Foi um soco na boca do estômago, e a deixou sem ar.
A mente se revirava procurando explicações (plausíveis e inimagináveis) para o que acabara de ver, mas a vida é mesmo uma reviravolta de perguntas, quase sempre sem resposta, ou então com a resposta que não se está preparado para encontrar.
Instantaneamente os olhos encheram-se de lágrimas, as mãos começaram a suar. Passou a pensar em um banho frio para relaxar, um edredon para se enrolar e um bom livro para ler (sempre a melhor companhia!).
Colocou os fones de ouvido, depois da cena indesejável, e viu o mundo continuar rodando enquanto tentava juntar os pedaços de um coração partido. O bom, de quando o coração se parte, é que alguns caquinhos nunca mais voltam a se encaixar. Tudo bem, ficam algumas imperfeições e cicatrizes no que antes era liso e infinitamente saltitante, mas as vezes faz bem lembrar da dor.
Ao chegar em casa notou que a solidão novamente a abraçava, e desapegar é sempre complicado. Guardou fotos, aliança, cartas românticas, presentes de casal bobo. Escondidos no fundo do armário, naquele setor do "eu nunca mais vou usar, mas tenho aqui guardado".
Já dizia Neruda:
"É tão curto o amor, e tão longo o esquecimento."
Mas passa, sempre passa. E essa dor um dia não vai mais significar nada além de saudade do que poderia ter sido, e não do que foi. Mas, peraí, qual é a que dói mais?
Sabe, já cansei de me fazer perguntas para tentar viver melhor.

Letícia Christmann

2 comentários:

Érica Ferro disse...

Já cansei de tentar responder a essa pergunta também. A verdade é que essas coisas doem mesmo e parece que não há meio de evitar essas quedas, esses arranhões causados por essas desilusões românticas. Triste!

Karol Coelho disse...

"...tão longo o esquecimento" Às vezes é mentira.

 
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