Platônico

em segunda-feira, outubro 28, 2013
Sou a mais desvairada das apaixonadas
Não guardo segredo
O nome da minha paixão
 está pendurado no varal
do meu quintal

Sou a mais desvairada das apaixonadas
Mal cabe no peito o apreço
que sinto pelo meu amado
Cabe tão mal,
que poetizo

Poetizo porque amor não externado
sufoca
E amor não é pra sufocar
É para encantar, para acalentar,
para, por que não?, apaixonar

Apaixonei-me, não
me envergonho
Apaixonei-me, não
temo
Apaixonei-me,
é platônico
Apaixonei-me e amo
num silêncio quebrado
por ocasionais declarações
de amor em forma 
de poemas
tortos

(Erica Ferro)

3 comentários:

Pandora disse...

Uau!!! Que perfeito Erica, como um tapa ou como uma raiva que segura seu cetro encarando sua corte!!! O amor é uma coisa incrível mesmo, não é muito justo, não mata a fome, nem paga as contas, mas... enfim... amamos. Que tormento!!!

P.S.: Texto redondo, adorei isso nele!!!

Karol Coelho disse...

Uau! Uau! Uau!
Desesperadamente tamo amando! haha

Karol Coelho disse...

Erica, eu leio e releio.
Acho que é o poema que já li seu que mais gostei.

 
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