aqui do lado esquerdo...

em sexta-feira, dezembro 24, 2010
eu não posso expressar com a minha voz
a imensidão do amor que se apossou
do meu coração.
eu não posso expressar,
pois você já sabe,
sempre soube.
não há mais
o que revelar,
não há mais
o que dizer.
tudo já foi dito com o mais
singelo olhar,
com o mais tímido aperto
de mão,
com o mais desajeitado
abraço.
abraço esse que só
queria ter sido mais
preciso, mais apertado,
que só queria ter dito:
"eu te amo",
"cuida-me de mim".
porém você não entendeu
a linguagem do meu
corpo.
ou fingiu não entender,
por não ter o que dizer,
por não saber como agir,
por não ter forças para
revelar a verdade:
a não-reciprocidade.
a minha voz continuará
calada
,
confessando apenas com os
meus olhos e
braços.
sonhando com o dia que você dirá
qualquer
coisa que irá me
salvar
e me acalentar pelo
resto da eternidade.
eu devaneio e acabo
sonhando com você dizendo
que sempre me amou,
sempre.
e eu continuarei me
iludindo,
me enganando,
até que a realidade me
acerte com um tiro certeiro
aqui do lado esquerdo,
para que jamais eu ame outra vez.
e que eu morra, morra de uma vez.
aceito a morte,
mas o não-amor definitivamente
eu não aceito.

(Erica Ferro)


*Postado por Erica Ferro

3 comentários:

Letícia disse...

Lembre-se...
O amor acontece quando a gente menos imagina.

Simplesmente acontece.

E não só do lado esquerdo. Do direito, no meio, atrás. O corpo todo treme com o amor.

Mas, como bem ressaltou, ele também é trágico.



Adoro ler-te!

Beijos

Gabriela Marques de Omena disse...

Aê, garota!
Eu disse que as palavras retornariam, não disse?


Estava com saudades dos teus versos livres.

Imenso beijo

Rebeca Postigo disse...

Perfeito!!!
Adorei!!!

Bjs

 
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