Parte do misto que forma tudo isso;

em quinta-feira, maio 21, 2009
A chuva caiu e alagou o Brasil.
Nem doril dá jeito. A gripe suína se espalha, mas não ponha a culpa no porco.
Morte cerebral, um corpo morto, uma infância interrompida. E o mal grita: maravilha, maravilha!
A matança, a violência, a falta de esperança. Tudo num volume crescente, num crescente volume.
E o volume é negativo. A raridade é rara. A esperança se torna escassa. E a gente não sabe mais o que que há, o que vai ser, o que fazer. Uns choram. Outros sorriem. Uns desacreditam. Outros continuam acreditando, mas acreditam pra amanhã se desiludirem. É assim a rotina dos esperançosos: acreditar, se desiludir e acreditar mais uma vez.
Eu vejo uma pessoa chorando pelos cantos. Eu vejo alguém orando ao pé da cama em outro ponto. Eu escuto um gemido esquisito, é frio. Eu ouço um grito, nasce um filho. Eu presencio um sorriso, é a esperança do Brasil.

(Erica Ferro)

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