Prometer? Pedir?
A cada dia desse novo ano...
É fim de ano finalmente. Ou deveria dizer é "é fim de ano de novo"? Acontece que eu não consigo largar a ideia de que esse ano passou mesmo rápido demais. Não sei quanto a vocês, mas pra mim 365 dias não são mais tão suficientes para... tudo.
Enfim, o ano está se encerrando. É um fim de mais um ciclo de doze meses, 8. 760 horas, 525.600 minutos e 31.536.000 segundos que se completarão um décimo de segundo antes da meia noite de amanhã. Só pra começar tudo de novo...
É nisso que estou pensando. Pra quê comemoramos o fim de um ano e o início de outro, se ele vai constar do mesmo número de dias? Acontece que nós, humanos, acreditamos e queremos muito que nos aconteçam surpresas. E nada melhor do que forjar uma ocasião para isso. Para dizer que tudo aquilo de ruim por que passamos ficará bem longe, no passado. Para dizer que sim, agora sim, tudo haveria de mudar, tudo haveria de ser melhor...
Mas seguindo a minha recente tendência de ser "do contra", vim dizer pra vocês não esperarem que comece um novo ano para que os planos sejam feitos, os erros repensados e as pessoas abraçadas. Vocês podem fazer tudo isso hoje. Agora.
É no que eu venho pensando todas as noites antes de me deitar. É que estou com uma mania de avaliar o meu dia (e o ano também, por causa da época) enquanto fecho os meus olhos e espero o sono chegar. Penso naquilo de errado que eu fiz comigo mesmo e com as outras pessoas. Naquilo que deixei para fazer no dia seguinte. Dia que eu não tenho certeza absoluta se virá.
Por isso quase sempre os meus pensamentos antes de dormir são "Como eu quero ter a oportunidade de acordar amanhã e fazer tudo diferente. Ser uma pessoa melhor!".
Embora eu me esqueça disso às vezes ao levantar, sei que isso mexe comigo. E nessa época mexe com todo mundo que faz o seu "balanço de natal". Só espero que compreendam que as oportunidades, por mais que se adiantem até você, vão ser inúteis se você continuar de braços cruzados esperando que as boas surpresas que você deseja sejam feitas por outras pessoas, ou por si mesmas.
Faça um ano diferente, mas fazendo com que cada dia seja diferente. Assim você vai poder chegar a dezembro de 2010 com a sensação de que o ano foi muito bem aproveitado, surpreendente e até doloroso em alguns momentos, o que não o fez deixar de ser maravilhoso.
Mas se por acaso algum dia você acordar e perceber que até então você não está cumprindo nenhuma das promessas que fez a si mesmo, não espere que o próximo dia primeiro de janeiro chegue para que você comece tudo de novo.
Estamos combinados?
Assim o seu ano vai ser muito especial, independente do que aconteça.
Um Feliz 2010 pra você, inteirinho vivido intensamente - o que não significa irresponsavelmente.
Eu queria ter escrito algo para postar aqui, mas não saiu nada. Quer dizer, eu nem me esforcei, nem comecei a escrever. Mas a minha amiga Thairane falou por mim e por ela, não é? Lindo texto, sem muito o que acrescentar, porque o texto fala e grita por si, nos alerta e nos aconselha de uma forma maravilhosa. Essa Thairane realmente arrasa, eu já disse isso a ela. Escreve muito bem, essa minha amiga blogueira!
Então é isso, caros leitores do Pensamentos Devaneantes.
Essa é, provavelmente, a minha última postagem do ano aqui.
Mas ano que vem tem mais, bem mais.
Vivamos agora, já, sem acomodações e preguiça!
Um abraço carinhoso para vocês.
Ter, sonhar.
Chegou o dia em que eu deitei na nuvem, olhei pro infinito e lembrei,
De um dia qualquer da plenitude, e outro dia e outro ano,
Você sempre aparecia nas pinturas,
Eu, feito criança caia em choro com dúvidas,
Quem sabe quanto a minha autonomia,
Quem sabe do meu poder,
Ou então do meu existir
Ou do meu próprio duvidar...
Você me acompanhava feito pai segurando a mão,
Mostrava-me o caminho do inseguro e do insatisfeito,
Guiava-me pro retas tortas e descidas para o céu.
Enxugava meus prantos com o fogo ardente que vem de dentro,
~ Eu tinha você ~
Olhei pra ser que brotava do meu seio,
Eu te enxerguei como aquilo que reaviva a carne como vida,
Te toquei e me queimei no fogo celeste que é vivo e é vida,
O que mantém a esperança, a vontade e o viver
Eu tinha em mim e pelos cantos deixei que o levassem
Para me entregar a metamorfose natural e espontânea
A qual eu mesma gerei.
Passasse de humano à não-humano, ou outro.
~ Eu tinha, realmente, você. ~
Lamento,
Dá um sinal,
Traz o fogo e faz retornar o calor de ser,
O devir mostrou-se possível,
O vir-a-ser é necessário e preciso,
Neste momento, de desconsolo e volição,
Necessário é estar no ato da pintura,
É triste admirar a exposição.
(Andinho Yankee)
•••
O que se perde enquanto os olhos piscam?
Toda tampa de caneta?
todo recibo de estacionamento?
todo documento original?
Isqueiro, caderneta,
a camiseta com aquele sinal...
Pronde vai... toda palheta?
Pronde foi... todo nosso carnaval?
Pronde vai?
Todo abridor de lata?
Toda carteira de habilitação?
Recado não dado, centavo, cadeado?
Todo guarda-chuva!
Pra fuga pro temporal!
Pronde vai... o achado, o perdido?
eu não sei, veja bem...
não me leve a mal...
Pronde vai?
todo outro pé de meia,
carteira, brinco e aparelho dental?
pronde vai... toda diadema?
recibo, receita e o nosso enredo inicial?
Pronde vai?
toalha de acampamento,
presilha, grampo, batom de cacau
elástico de cabelo
lápis, óculos, clips, lente de contato?
a nossa má memória!
a denúncia no jornal?
pronde vai... aliança, chaveiro, chave, chinelo?
e o controle pra trocar canal
Pronde vai?
O solo que não foi escrito?
Labareda nesse labirinto,
o instinto, o reflexo, sem seguro
O coro do Socorro! O lançamento oficial!
Pronde vai... a culpa da cópia?
Pronde foi... a versão original!?
Pronde vai?
a bala que se disparô?
o indício da gripe que disseminou
a culpa no porco no bicho animal?
a firmação do pulso! O discurso radical!
o troco em moeda... a lição da queda
Pronde foi... nosso humor e moral?
Pronde vai? todo nosso desalento
toda brisa vem de um vendaval
pronde vai a reza cortada por sono
ela vale? Me fale... me de um sinal!
São longuinho
Me fale me de um sinal!
Pra onde foi?
O canhoto, benjamim de tomada
Passaporte, n. de telefone, certidão,
registro com foto, simpleza, prudência, clareza... consideração!
Autenticidade, compaixão, certeza...
a urgência, o acaso e a ocasião,
a postura, o primeiro nome, o amuleto, a muleta,
a raiva, a régua, a borracha, o erro, a rasura, a razão
Carregador de bateria, euforia, a perda, a pendência, o pudor o perdão!
extrato, a ponta, a conta nova, a cola da prova e a extensão,
o estímulo, exemplo, ,a voz dissonante...
A coragem do meu coração!
São Longuinho, São Longuinho
Me fale me dê um sinal!
São Longuinho, São Longuinho
Pra onde foi?
A coragem do meu coração!
Natal
O Varal da Vida
“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
Monteiro Lobato - Memórias de Emília
Tem gente que chega pra ficar... Tem gente que vai pra nunca mais...
Carta a quem não sabe amar...
É um desabafo, muito revoltado por sinal.
Estou cansada de ser citada em casamentos como se fosse uma pessoa vulgar e que aparece só para atrapalhar e separar os dois pombinhos.
"Até que a Morte os separe..." uma merda! Isso aí, eu avisei que estou ALTAMENTE estressada, não avisei?
É certo que às vezes eu tenho que separar as pessoas, mas não pense que fico feliz fazendo isso; nem um pouco! Mas, como o tempo, eu tenho tenho obrigações que já vem protocoladas, que é de levar as pessoas para o meu mundo. Que culpa tenho eu? Tenho culpa, pois, de ter nascido morte ou seja lá o que tiver me acontecido? Só sei que sempre fui a tão temida morte.
Na verdade, o que me traz hoje é a ira devido a banalização desse termo "Até que a morte os separe...". Quem dera se antes só fosse eu a separar os casais outrora apaixonados.
As frases que os padres, pastores ou qualquer outra coisa do gênero deveriam dizer eram estas:
"Até que o ciúme doentio os separe...", "Até que o convívio com os costumes e manias do outro vire intolerância e descubra-se que nunca houve amor e apenas uma ilusão...", "Até que surja outra paixão arrebatadora e você resolva dar um fim no casório frio e já sem cor...", "Até que...".
De fato eu poderia citar vários "Até que...", inclusive até que eu os separasse (porém este 'até que' não é o que está na moda), mas não vou me estender muito.
O fato é que vocês, seres humanos, prezam tanto a vida e me desmerecem tanto, se acham tão sábios, mas não sabem o que é o amor e muito menos sabem amar.
São seres intolerantes, individualistas, não sabem ceder, não sabem compreender as razões alheias, sempre impõe as deles as dos outros. Como viver bem assim, como compartilhar duas vidas e formar uma só sintonia?
Não há como, não existe harmonia em dois seres que não sabem balancear os desejos e ceder quando se deve. Aí esses erros são o que os separam, e ainda vem me culpar de algo.
Eu sou muito injustiçada nessa minha vida. Opa! Nessa minha morte, ah... que seja! De qualquer modo, só me ferro mesmo; ninguém tem o mínimo de respeito comigo.
Se eu me estressar bastante, passo o rodo em todo mundo, hein?
Okay, essa parte é mentira; eu não posso fazer isso, mesmo que eu desejasse; por incrível que pareça, cada um tem a sua hora e isso é algo irremediável.
Então, seres necessitados de aulas de como amar direito, procurem uma escola de amor, se é que existe isso; porém acho que possa existir sim, já que vocês andam inventado tudo; se doem e se completem com quem vocês dizem amar; saibam ceder; conversar; resolver-se... saibam amar.
E, por favor, peçam para que não usem mais essa frase nos casamentos; eu não aguento mais essas ofensas, porque de fato é uma ofensa a minha pessoa.
Agradeço desde já,
Morte.
Sonho tem cheiro de suor...
(Albert Einstein)
S - ucesso... T - rabalho...
É, eu sempre soube que Einstein tinha razão.
Não adianta fantasiar e sonhar em demasia, é preciso arregaçar as mangas e ir em busca do que nos apetece, do que nos enfurece a alma; aquele desejo ardente, seja do que for, mas que queima e pede realização.
De nada adianta chorarmos e praguejarmos contra o mundo se nossos sonhos parecem improváveis e impossíveis; enxerguemos a nossa inércia.
Sonho tem cheiro de suor, ou pelo menos deveria ter. Pois quem sonha deve ter uma inclinação para o trabalho; precisa ser disposto a lutar, a sujar-se de terra, a ferir-se pelo caminho, guerreando bravamente para no fim ganhar a tão sonhada recompensa que lhe fará brilhar os olhos.
Os derrotados não são derrotados por uma situação ou por falta de força; os faltam sonhos de verdade, desses com cheiro de suor.
Sonho não é um desejo quase morto num peito preguiçoso; sonho queima e arde no coração do sonhador e clama, grita por concretização. De fato as pessoas confundem sonhos com desejos e se frustram. Deveriam sonhar verdadeiramente.
Se algo arde em seu peito, arregace as mangas, as bordas da calça, muna-se de coragem e força e vá, mas saiba que pelo caminho haverão pedras e muitos obstáculos; tenha paciência e inteligência para dribá-los e prosseguir caminhando com entusiasmo e com o mesmo ardor no peito, porque no fim... ah, no fim dessa guerra, o teu peito ardente dará lugar a um peito contente, de um ardor doce e acalentador.
Respiro
Não quero dormir antes...
Por você
Por um beijo
Um boa noite
Um eu gosto de você
Um eu me encantei por você
Um você é legal
Um que bom ter te conhecido
Continuo esperando
Demora não, tá?
O sono já já chegará
Não quero dormir antes de você chegar
(Erica Ferro)