Pensamentos Perdidos
Eu sei, quanto todos me viraram as costas,
Você estava ali, pronto pra, mais uma vez, me abraçar...
Eu sei, quando o mundo inteiro foi embora,
Você estava ali, pronto pra, mais uma vez, me ver chorar...
O Universo conspirou contra nós,
E mais uma vez, você foi mais forte que eu...
Aguentou de pé.
Enquanto eu caí ao seu lado, sentindo a mesma força que você.
Os deuses fizeram a coisa errada.
O NOSSO mundo desmoronou...
Agora eu que pergunto:
Precisou você partir,
Pra mim realmente mostrar a força que eu tenho?
Pra mim realmente me mostrar mais forte que você?
É injusto...
E meu mundo sem você, acabou.
Quem vai me abraçar agora?
Quem vai me consolar agora?
Quem vai ser mais forte que eu?
Quem vai me dar a mão para levantar?
Quem vai sorrir pra eu conseguir seguir adiante?
Me diz, quem vai me abraçar?
E a legião que você deixou, como vai ficar?
Eu preciso de você!
O Sol nascendo não é o mesmo se você aqui,
O olhando ao meu lado.
O NOSSO mundo precisa voltar a ser o mesmo.
Volta?! Vem sorrindo e correndo me abraçar?
Vem daquele jeito que eu sonhei com você?
Pode ser vestido de anjo.
Você é meu anjo.
Lágrimas em vão...
Eu já não me importo comigo...
Eu te espero chegar,
Ou, um dia, irei ao teu encontro...
É tão estranho.
É tão injusto.
Os bons morrem jovens.
Eternas saudades cadete aviador! Que, em busca de um sonho, e num dia de céu ensolarado e noite interminável, rompeu o véu do céu, aquele, da vida e da morte.
Letícia Christmann
Camaradas d'água
Camarada D'água - O Teatro Mágico
Postado por Letícia Christmann
Maria;
Maria era uma menina linda, às vezes tímida, mas muito amiga e alegre com a maioria das pessoas. Tinha em especial um amigo, chamado João. Eles tinham uma amizade linda. Todos os dias brincavam alegremente. Eram, de fato, grandes amigos.
Com o passar dos anos, Maria foi sentindo algo diferente por João. Nunca tinha sentido aquilo por ninguém. João parecia o mesmo com ela, o brincalhão, que conversava até altas horas, o amigo que ia com ela todos os diasà escola. Estudavam em salas separadas, mas na mesma escola. Sempre um esperava o outro pra irem juntos para casa.
Maria a cada dia pensava mais em João. Todos os dias que ia à escola com ele, sentia uma vontade imensa de abraçá-lo. Não o fazia, Maria era uma menina tímida para isso. Não teria coragem de agarrar João, mesmo que fosse seu amigo de anos. Sua amizade com João não era muito "corporal"... Eram amigos, sim, mas não ao ponto de ficarem se abraçando ou nada do gênero. Logo, Maria pensou se abraçasse João ''do nada'', João ficaria muito surpreso.
Maria tinha 13 anos, João 14. Ela nunca tinha beijado ninguém na vida. E morria de vontade de perguntar se João já tinha feito isso e com quem tinha sido. Certo dia, Maria se desfez de sua timidez por um momento e resolveu "abrir caminho" para uma futura declaração.
Disse:
- João, eu ando pensando tanto em alguém. Todos os dias que acordo só consigo pensar nele, em vê-lo. Gostaria mesmo era de abraçá-lo quando eu o vejo. Mas não sei... Não tenho coragem. Tenho medo que ele me ache um pouco atirada demais, doida demais... Ai, acho que estou apaixonada.
- Humm... Maria apaixonada, essa é nova. E quem é ele?
Nessa hora Maria sentiu a cabeça girar, as mãos tremeram, ela tentou conter todo o seu nervosismo. E disse:
- Um amigo meu...
- Da escola?
- Errr... Também.
- Ah, Maria, conta pra mim... Fiquei curioso. Você não vai esconder isso de mim, vai?
Maria notou que ela não tinha aberto caminho pra uma declaração, ela notou que tinha começado a se declarar e que seria naquele momento que tudo ia se resolver ou embaralhar de vez. Teve forças. Foi um impulso, uma coisa que Maria talvez um dia poderia se arrepender, mas ela nem teve tempo de pensar nessa possibilidade. E confessou:
- É um amigo meu, de infância, ele veio morar aqui aos 7 anos. O via como meu amigo apenas. Mas não sei se vejo só assim ainda. Penso nele diariamente. Ele me faz sorrir, me faz cantar, me faz correr com ele à caminho da escola. Fica até altas horas da noite na calçada comigo, contando histórias...
Nessa hora foi a vez de João tremer... Não deixou isso ficar claro para Maria. Mas ele sentiu que ela falava dele... E resolveu falar algo que há tempos gostaria de ter falado. João também estava apaixonado por Maria. Não deixava que isso transparecesse de maneira nenhuma. Não queria sofrer com a possibilidade de Maria só tê-lo como amigo e não quisesse nada mais que isso com ele. Depois de alguns segundos de reflexão, disse:
- Maria... Acho que estou começando a entender...
Maria quase cai de costas quando ele disse isso, mas se segurou. Ele prosseguiu:
- Olha - pegou a mão dela com delicadeza, e com determinação - Eu tenho algo a dizer, já que você ''abriu o caminho'', vou confessar algo que há muito tempo mora dentro de mim. Um sentimento que eu nunca tinha sentido por ti floresceu de uma maneira que eu nunca imaginei. Eu acho que eu estou gostando de você. Penso em você. Me alegro ao saber que vou te ver... Vo-você quer ser minha namorada?
Maria nessa hora sentiu que havia algo em seu estômago, borboletas talvez... Não conseguiu falar. Apenas o abraçou, um abraço demorado, depois os dois ficaram olhando um para o outro, e o beijo aconteceu. Era o primeiro beijo dos dois. Momento mágico. Momento que nenhum deles esqueceu.
Namoraram durante toda a adolescência... Nunca tiverem brigas sérias. Nunca se separaram. Era um amor de verdade. Resolveram ficar noivos. Casaram. Tiverem anos perfeitos... Viveram intensos dias de amor. Decidiram não ter filhos ainda. Aproveitaram cada momento juntos. Planejaram uma viagem. Depois da viagem, pensariam em ter filhos. Malas prontas. Animados mais do que nunca. Pegaram a estrada. Felizes, música animada, sorrisos estampados no rosto. A viagem perfeita, se não fosse por...
Um carro desgovernado veio de encontro ao carro de Maria e João. João estava dirigindo, tentou desviar. Não teve como. Os carros se chocaram. João morreu no local. Maria sobreviveu. Maria ficou desolada quando acordou já no hospital e perguntou por João, uma enfermeira com ar pesaroso lhe respondeu:
- Sinto muito...
Naquele momento, Maria sentiu que haviam arrancado seu coração. Sua razão de existir. Amava João, desesperadamente. Não conseguiu se recuperar da perda. Seu amigo de infância, o seu amor... Seu único amor. A única boca que tinha beijado em toda a sua vida agora estava fria. Maria morria um pouco mais a cada amanhecer. Não conseguia se alimentar, dormir ou viver. Só queria ir ao encontro de João.
Numa manhã ensolarada, encontraram Maria na cama, face pálida, pulso silencioso e um leve sorriso no rosto.
Strip-Tease!
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".
Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.
Receita de Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia, se ama,
se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
A continuação então, cadê o fim?
Será que você é minha continuação?
Sabe, resolvi falar de amor.
Daquele amor que vem do peito, do fundo do coração.
Aquele que está fora da moda.
Aquele amor, que o passeio de mão dada no parque significa muito...
E não só beijos e suor em cima da cama que ligam dois corpos
O amor que dá a sensação de continuação
De despedida já com saudade...
De olhos brilhando e sorrisos não só quando tudo é azul...
Mas quando a fera adormecida acorda, e ainda assim...
É amor.
Simplesmente amor...
Sem conseguir descrever o amor...
A felicidade plena e sem planos (ou com planos demais!)
Letícia Christmann
Quarto escuro e um fiapo de luz;
Sem você;
Sem você eu não durmo, cochilo
Sem você nem sequer respiro, você é o meu ar
Você é minha razão de acordar
Sem você, vejo meus sonhos desfalecerem
O sol esfriar
As estrelas começam a se apagar
As nuvens começam a chorar
Sem você não há razão
Não há emoção
Você é sustentação, alimento que eu preciso
Te amarei sempre, até o meu último segundo de existência.
(Erica Ferro)
Liberdade
dαs bebidαs mαis αmαrgαs
dαs idéiαs mαis loucαs e
dos sentimentos mαis fortes
Tenho um αpetite vorαz pelos delírios mαis doidos...
Você pode αté me empurrαr de um penhαsco que eu direi sorrindo:
"E dαí? Eu adoro voαr!".
Manipulação Remota
Tá, foi um ano em que não se aplicou e não estava nem aí para entrar (ou não) na escola. “Amizade acima de tudo”, era seu lema. Mas não gostava agora da idéia de ver alguns de seus amigos no terceiro ano e ele, continuaria no segundo.
Continuou pensando em como dar a notícia aos seus pais enquanto caminhava até em casa. Em quando dar a notícia.
Olhava em volta, como se procurasse algum sinal sobrenatural dizendo que era um sonho. Mas peraí, também não era o fim do mundo, e não era nenhum pesadelo. Já esperava por isso, pensou. E foi só mais um ano, afinal... Mais um ano na vida de merda que levava.
Chegou em casa depois de andar algum tempo sem rumo, e viu que estava sozinho. Sozinho e decepcionado. A última coisa que estava era triste. Resolveu ir dormir, ouvindo Iron Maiden no último volume. A casa estremecia.
Acordou horas depois, amarrotado, com a cara amassada e os olhos inchados. Queria ter acordado um ano depois para dar aos seus pais a notícia que passara de ano. Mas não dormiu um ano, e sabia que teria que levantar e encará-los, enquanto eles encarariam a TV.
O que havia de mau em não ter passado de ano? Aprenderia ( e muito mais ). Era melhor pensar assim.
Ué?! Eles não aprendiam e reviam mil e uma coisas na TV sempre as mesmas mil e uma coisas escolhidas sabe-se lá por quem, e o pior ainda, por quê. Deixavam-se levar pelo jornal das oito, a vida ridícula, fictícia, “que sempre se dá um jeito” e quem tem sempre um final feliz da novela das nove, e eram manipulados por aqueles que se acham no direito de passar ao seu “querido telespectador” apenas aquilo que julgavam importante.
Talvez ele se sentisse assim também em relação à escola, as mil e uma coisas que enfiavam goela abaixo dos alunos, sem nem saber a opinião deles sobre nada. Sempre foi assim, vocês precisam saber disso, era o discurso pronto dos professores quando qualquer um dos alunos questionava. O fato é que tudo aquilo que aprenderia na escola seria importante para ganhar um diploma de conclusão do segundo grau e só. Faria diferença alguma na sua vida? Gostava mais de uma matéria que de outra, e não passara para o terceiro ano exatamente por causa das matérias que não gostava.
E a TV deles?! Eles gostavam mais de um determinado jornal que do outro, e por quê?! Gostavam mais da reportagem que um editor escolhia para a reportagem principal que o outro escolhia?! Na TV não há reportagem livre, ninguém passa apenas o fato, sem interpretação. Nenhuma novela seria capaz de simular a vida real (Big Brother não é a vida real!). Achava engraçado quando um dia estourava em todas as emissoras e noticiários urgentes o roubo e a prisão de um certo canalha (digo, político)e no dia seguinte não se falava mais nele. Abafada, comprada, calada, completamente controlada. É isso que a TV e todo seu conteúdo (se é que se pode chamar assim) lhe dava a impressão.
Desnecessária, precária, sem escolha e sem consideração, é isso que a escola significava para ele.
Chega de discutir consigo mesmo. Era hora de sair do quarto, lavar o rosto e ir conversar , ou discutir, ou comunicar seus pais. Enfim, de alguma maneira teria que falar.
Entrou no banheiro e não saía da sua cabeça em como falar. Olhou-se no espelho e viu o banheiro todo atrás de si. Eles deixavam-se ser manipulados. Nojentos consumistas. O banheiro fora comprado graças aos “reclames do plim plim” que os convenceu que o banheiro atual não era bom o suficiente. O curioso é que o banheiro só se tornou péssimo depois daquele comercial que mudou o banheiro que até então era ótimo.
Já ouviram a frase: “O momento que mudou a minha vida”?
Naquela casa, a frase se transformava em: “O comercial que mudou o banheiro” (e a marca do arroz, a cor da parede da sala, a marca da impressora, o piso da cozinha, a cor da junta dos azulejos da lavanderia, o refrigerante para um “mais saudável”, o perfume do pai, o corte de cabelo, e, já ia me esquecendo!, a cor do cabelo da mãe, e o senso de ridículo de ambos, entre outros).
Ficou se olhando e percebeu o quão ridícula era sua situação. Lavou novamente o rosto, respirou fundo, contou até dez, cem, mil. E foi até a sala e, para sua surpresa... Os pais estavam com a bunda atolada no sofá super confortável (afinal, aquele maravilhoso sofá estava mais barato na promoção... da TV), assistindo a sua manipuladora favorita.
E só notaram a presença do filho quando, depois de respirar fundo algumas vezes, ele coçou a garganta e disparou:
“Acho que precisamos desligar a TV”.
Mutável!
Bem, meu nome é Erica Ferro.
Uma personalidade em constante modificação. Gosto de ser assim, mutável. Mudar é preciso. Mudar molda, ou desmolda. Gosto de me moldar. Me aperfeiçoar. Tenho sonhos, anseios, devaneios.
Sonho é coisa que sai de dentro do meu travesseiro. Sonho é parte do todo que me move, que me impulsiona. É por um sonho, por um desejo, que eu acordo e busco fazer e ser aquilo que sonho, que planejo.
Duvido, duvido da minha capacidade, duvido da 'verdade'. Eu vivo duvidando, investigando. Sou desconfiada, louca, desvairada, apaixonada. Tenho várias paixões, dentre elas estão os livros e a natação.
Não sei escrever, mas escrevo. Não sei viver, mas estou aprendendo. E assim vou vivendo, aprendendo, sofrendo, morrendo. Mas renascendo a cada amanhecer em busca de uma nova razão para viver.
Mim!
Eu não sou aquela garota que chorou quando nasceu, que sorriu quando cresceu, que encarou novas coisas a vida toda mesmo sem querer... E continuou chorando ao perceber o amadurecer...
É, eu não gosto de ser a garota que sempre viveu protegida pelos pais, que não precisou ir trabalhar cedo pra poder conquistar as próprias coisas e o mundo...
Também não sou aquela com quem um garoto planejou seguir a vida, ter filhos e família. Aliás, eu nunca sonhei com isso, nem mesmo estando ao lado desse garoto sonhador, que fazia planos...
Não sou a garota que aprende novas coisas a cada dia, que convive com diferenças cada vez que respira...
Sonhar com paz e mundo melhor? Por que eu haveria de me preocupar?
Não, eu não suporto ouvir rock, odeio livros, poesias, estudar...
Também não quero fazer história e virar professora.
Não sei, me sinto uma garota tão vazia quando me imagino nesse mundo aí em cima, negando tudo que sou...
Não, eu não sou a garota que falei que era acima... Estou muito, muito ao oposto de ser essa garota...
Nem consigo negar-me de um jeito tão... tão superficial.
Vou dizer agora o que eu realmente não gosto!
Não gosto de não poder sonhar, de não poder lutar, de não poder desistir e mesmo assim continuar a tentar!
Não gosto de ter que continuar a dizer não àquele que eu entregaria minha própria vida, mas é necessário.
Odeio sim fazer as coisas por necessidade, e poxa vida, não poder ter minha vida do jeito que eu queria.
Queria poder abraçar todos que são importante pra mim a cada dia e dizer que os amo...
Queria poder deitar e gravar os sonhos bons, para poder assistí-los quando quisesse!
Queria poder ser eu mesma em todos os momentos, mas ser eu tem se tornado cada dia mais complicado! Aliás...
Eu sei das coisas que eu gosto e que eu num gosto, mas... do fundo do coração...
Tem dias que nem eu sei quem sou eu...
A única certeza:
Letícia Christmann, muito prazer, uma metamorfose ambulante!
Parto!
O primeiro senso é a fuga.
Bom...
Na verdade é o medo.
Daí então a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietudeuma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos nossos riscos...
A juventude plena e sem planos... se esvai
O parto ocorre.
Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias
Flagelo-me
Exponho cicatrizes
E acordo os meus, com muito mais cuidado.
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia não passar,
“O ser vil que passou pra servir...
Pra discernir...”
Pra pontuar o tom.
Movimento, som
Toda terra que devo doar!
Todo voto que devo parir
Não dever ao devir
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...
com outros olhos
- Amadurecência - O Teatro Mágico