Traíras!

em sexta-feira, novembro 27, 2009
Pra falar de amigas da onça, nem gasto muito o meu bom português. Usarei o coloquial mesmo. Elas não merecem, pois amigas da onça são nossas inimigas. São fingidas e adoram um teatro. Nos traem e, se duvidar, ainda levam a melhor. Porque sempre vem aquele que a defenderá, dizendo: "Mas, poxa, todo mundo erra, né?", "ah, vai ver que ela falou o teu segredo sem querer, poxa!".
Tá, ela falou sem querer, né? Falou duas vezes sem querer? Três vezes sem querer? Sucessivas vezes sem querer? Descuido? Escapuliu? Por que ela é bobinha?
Não, porque ela é fingida; porque ela é falsa e é uma maldita.
Amigas da onça nos tiram do sério, faz crescer em nós um sentimento ruim, de raiva e vontade de matar a dita cuja. Eu que o diga!

Essas amiguinhas são um doce, em geral. Bobinhas, estilo "faço tudo por ti", "tome minha mão e pode segurar, apertar... faça o que quiser, pois sou tua amiga". São, facilmente, confundidas com amigas de verdade. Mas, claro, sempre há aqueles momentos que se coloca as malditas à prova.

Situações que amigas se tornam amigas da onça.

1º) Você tem um sentimento de admiração, respeito e cumplicidade muito grande com a sua amiga (nem desconfia que ela seja traíra). É desprendida com ela; fala tudo o que se passa contigo, fala dos seus planos e tudo o mais. Certo dia, fala dos planos de sair com um gatinho, que tinha te ligado no dia anterior. O encontro com o gato foi ótimo; rolou altos beijos e tudo o mais. Chegando em casa, você liga pra tal amiguinha; conta tudo. E ela finge alegria por você e torce pra que o rolinho dê certo. Você dorme feliz pelo dia lindo que teve e por poder ter compartilhado isso com sua amigona (que você ainda não sabe ser falsona, haha). Na manhã seguinte, você se atrasa pro colégio. Dormiu demais, hein? Sua amiga chega em sua casa, pra irem pra escola juntas. A sua mãe atende a porta e diz que você tá dormindo, mas que vai lhe acordar, porque você não pode perder aula. Então sobem as duas pela escada: sua mãe e sua amiguinha. Sua mãe lhe cutuca e pede que você acorde, que já está atrasada. Você abre os olhos demoradamente; a preguiça lhe consome. Então a sua amiguinha, finalmente, prova o quão verdadeira ela é. Solta exatamente isso: "Ah, já sei... Ontem foi tão bom, que repetiu a dose até em sonho, hein? É, o Fernando é um deus grego. Você teve sorte de ele ter pedido pra ficar contigo"; e diz isso na frente da sua mãe. Tudo bem que você joga aberto com sua mãe, conta tudo e tal; mas quem tinha o direito de falar a novidade era você, e não ela. Isso te deixa muito irritada e briga com sua "amiga". Sua mãe tenta amenizar, fala que essa explosão é culpa do seu mau humor matinal. Mas você sabe que não é isso. Você sabe que é indignação por ter visto a real face da amiga que você tinha. E a sua mãe fala que não tem importância que ela tenha deixado escapar isso. Sabe que você mais dia menos dia falaria sobre o acontecido. Pede que você a desculpe. Tudo bem, você pensa, a desculpo. Afinal, foi a primeira vez, né? Então ela escorrega mais vezes. Conta variadas coisas a variadas pessoas. Você percebe que ela quer é te ferrar mesmo. Então você corta relações e manda ela pro inferno. Acredite, você não poderia ter feito algo melhor!

2º) Amigas de infância. Aliás, o certo seria vizinhas de infância. Desde cedo você notou um certo jeito traíra no olhar da bandida; um olhar de interessante, um falar falso. Ao longo dos anos a talzinha se enrosca na sua casa; vira amigona da sua mãe e faz tudo o que você não faz por ela. E reclama de você, ainda. Tem coragem de falar: "Poxa, por que você não ajuda mais a sua mãe? Você é muito preguiçosa, hein? Não faz nada em casa. Coitadinha da sua mãe!".
Então tenta imitar a Madre Tereza e se faz de santa, bondosa e disposta a ajudar em tudo. Arruma a casa, dá uma geral em tudo e quando sua mãe chega ainda está lá, para se certificar que você não vai se tornar a "dona da história". Ou seja, estará lá pra dizer que foi ela que fez tudo; pro mérito e honra serem todos dela. Pra sua mãe dizer: "Nossa, como fulana é boazinha. Tá vendo, filha? Você deveria aprender com ela."
Você quer matar a miserável da vizinha metida, estrangular e mandar ela se ferrar. Mas sua mãe lhe oprime com o olhar; afinal ela é uma maravilha de vizinha; uma menina adorável. Você que é a chata da questão. A preguiçosa e a má filha.
Você então rebate: "Mas ela só faz isso na casa dos outros, mãe. Em casa, ela não faz nada, que eu sei.". Mas a sua mãe, envenenada pela vizinha, diz que não; que ela é uma moça boa e ajuda a mãe em tudo que pode.
Você vai pro quarto, louca da vida, querendo exterminar essas vizinhas boazinhas.
Com o passar do tempo, as coisas pioram. Ela é super gentil contigo quando sua mãe está por perto, já pra te deixar como a mal-educada e mal-agradecida do enredo. Ela é esperta.
Então você tem que usar de esperteza como ela. Tente fazer ela sair do sério, escorregar no que diz, se contradizer. Tente desmascará-la e mostrar a todos quem ela é. Uma fingida e interesseira. Quer entrar pra família, quer se enturmar e pegar teu irmãozinho. Quer ter a boa vida que a tua família tem, já que a dela não é tão legal assim.
Você não cai no jogo dela, pois você é esperta, mais do que ela. E você tem o trunfo desse olhar penetrante, que vê mais do que mostram. Use-o e acabe com essas amigas da onça!

3º) Você começa a namorar o cara mais lindo e desejado do colégio. O cara mais tudo-de-bom e mais perseguido pelas menininhas da sua sala e de todas as outras. O popular!
Então você nota que, por ele ser popular, você se tornou também. Mas sua popularidade cheira a falsidade e interesses alheios. Pra ser mais exata, das menininhas invejosas. Elas tentam entrar pra tua vida, ser tua amiga só pra ter a chance de se aproximar do seu namorado também.
Você que não é muito besta, logo nota essas intenções. Afinal, algumas não sabem fingir bem; precisam de umas aulinhas de teatro.
Mas, certo dia, no pátio, esperando o namorado largar, vem uma mocinha, olhar bobo e jeito desengonçado. Você está lendo "O mundo de Sofia", ela senta ao seu lado e estica os olhos pra ler também. Você acha graça e pergunta se ela já leu; ela diz que não, mas adoraria. Você fala que já está concluindo o livro e logo, se ela quiser, pode emprestá-lo, afinal são alunas da mesma escola e se veriam sempre. Ela aceita.
Logo surge um coleguismo, seguido de uma amizade. A talzinha cola em você como se fosse daquelas colas super pontentes. E, por isso, do seu namorado. Às vezes chega até ser chata, pois você quer ficar à sós com ele e a safada lá, do lado, falando mil e uma besteira. Você já não gosta tanto da companhia dela. Mas teu namorado acha graça disso. Gosta da intrusa. Perigo!
E cada vez mais você tenta se afastar da amiga, mas ela não dá brecha. E a amizade entre seu namorado e ela só cresce.
Certo dia, você vai a casa dele e encontra os dois aos beijos na sala da casa dele. Você se espanta, começa a chorar e taca o tapa na cara dele e depois puxa com força os cabelos dela. Briga feio, ele tenta acalmar os ânimos e dizer que foi coisa de momento; que foi a primeira vez e que foi tudo muito rápido e sem importância. Mas você não tá nem aí pra essas desculpas esfarrapadas. Acaba o namoro e a amizade. Conclui que ambos não prestam; que eles não a merecem.
Depois de um tempo, a amiga da onça e seu ex-namorado assumem um namoro. Ela espalha por todo o colégio calúnias e mentiras sobre você; que você é falsa, estourada e sempre a tratou muito mal; que você tinha traído o namorado várias vezes, mas não o perdoou pelo único deslize que deu. Que eles se apaixonaram de forma pura e ele tinha afirmado que ela era a melhor namorada que ele teve na vida.
De fato, a tua ex-amiga fez a tua cova e envenenou todos contra ti, inclusive o teu ex.
Reaja! Arme um plano e a desmascare!

Eu poderia listar várias situações, mas ficaria uma lista extensa e as nossas inimigas não merecem tamanho desgaste.
Elas merecem ser exterminadas do mundo! São criaturas digna de Oscar, mas o Oscar de melhor pilantra de todos os tempos, de melhor atriz e aproveitadora de toda a Terra...
Enfim, não perdoemos essas traíras!
Essas falsárias. Essas detestáveis, odiáveis e malditas...e...

Certo! Já estou ficando rouca de tanto gritar. Sim, porque a indignação é tão grande, que eu já não só digito, como também grito.

(Erica Ferro)

Pauta para o Blorkutando.

2 comentários:

Nati Pereira disse...

Esse povo traíra não merece nem uma frase tua ericooona. Beijos

Tay disse...

Amigas da onça é uma praga que agente encontra em todos os lugares, e é dificil de acabar com elas.

bjus flor ;*

 
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