Carta a quem não sabe amar...

em sexta-feira, dezembro 11, 2009
Mando esta carta a todos os casais, apaixonados ou não.
É um desabafo, muito revoltado por sinal.
Estou cansada de ser citada em casamentos como se fosse uma pessoa vulgar e que aparece só para atrapalhar e separar os dois pombinhos.
"Até que a Morte os separe..." uma merda! Isso aí, eu avisei que estou ALTAMENTE estressada, não avisei?
É certo que às vezes eu tenho que separar as pessoas, mas não pense que fico feliz fazendo isso; nem um pouco! Mas, como o tempo, eu tenho tenho obrigações que já vem protocoladas, que é de levar as pessoas para o meu mundo. Que culpa tenho eu? Tenho culpa, pois, de ter nascido morte ou seja lá o que tiver me acontecido? Só sei que sempre fui a tão temida morte.
Na verdade, o que me traz hoje é a ira devido a banalização desse termo "Até que a morte os separe...". Quem dera se antes só fosse eu a separar os casais outrora apaixonados.
As frases que os padres, pastores ou qualquer outra coisa do gênero deveriam dizer eram estas:
"Até que o ciúme doentio os separe...", "Até que o convívio com os costumes e manias do outro vire intolerância e descubra-se que nunca houve amor e apenas uma ilusão...", "Até que surja outra paixão arrebatadora e você resolva dar um fim no casório frio e já sem cor...", "Até que...".
De fato eu poderia citar vários "Até que...", inclusive até que eu os separasse (porém este 'até que' não é o que está na moda), mas não vou me estender muito.
O fato é que vocês, seres humanos, prezam tanto a vida e me desmerecem tanto, se acham tão sábios, mas não sabem o que é o amor e muito menos sabem amar.
São seres intolerantes, individualistas, não sabem ceder, não sabem compreender as razões alheias, sempre impõe as deles as dos outros. Como viver bem assim, como compartilhar duas vidas e formar uma só sintonia?
Não há como, não existe harmonia em dois seres que não sabem balancear os desejos e ceder quando se deve. Aí esses erros são o que os separam, e ainda vem me culpar de algo.
Eu sou muito injustiçada nessa minha vida. Opa! Nessa minha morte, ah... que seja! De qualquer modo, só me ferro mesmo; ninguém tem o mínimo de respeito comigo.
Se eu me estressar bastante, passo o rodo em todo mundo, hein?
Okay, essa parte é mentira; eu não posso fazer isso, mesmo que eu desejasse; por incrível que pareça, cada um tem a sua hora e isso é algo irremediável.
Então, seres necessitados de aulas de como amar direito, procurem uma escola de amor, se é que existe isso; porém acho que possa existir sim, já que vocês andam inventado tudo; se doem e se completem com quem vocês dizem amar; saibam ceder; conversar; resolver-se... saibam amar.
E, por favor, peçam para que não usem mais essa frase nos casamentos; eu não aguento mais essas ofensas, porque de fato é uma ofensa a minha pessoa.

Agradeço desde já,

Morte.

(Erica Ferro)

4 comentários:

Letícia disse...

Amar amar amar... Aii se amar fosse fácil.
Se conviver fosse fácil...
Deveria mesmo existir uma escola para amar...
Mas é um sentimento tão puro... que não se aprende, se sente.


Incrível a carta ;]

Taw disse...

uau... uau... perfeito! Pefeito! Tinha que ser um texto da Ericona!!! Tinha que ser ela!

:-P

Jééh disse...

concordo em tudo com a morte ^^ hj em dia qualquer coisa seperar um casal, menos a morte, nem chegamso a dar opotunidade pra ela fazer o que é dito, como diz um quadro no #zorra, 'vida de morte brasileira não é facil, as coisas estão pela minha hora' ^^

otimo texto Erica :D~

Anônimo disse...

Adorei esse site 1000 bjs para todos.

 
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