Sobra tanta Falta

em segunda-feira, março 15, 2010
Lugar qualquer, dia qualquer do mês qualquer do ano qualquer

A quem interessar,
Trago no peito a honestidade mais absoluta. Na mente, o eterno desequilíbrio temporário. Nos nervos, a força para continuar. Na fé, a dúvida que move os dias. No amor, a certeza da incerteza. Nos dias, a rotina do conseguinte. No coração, aqueles realmente importantes. Na saudade, a crença de um dia vai dar certo. Na esperança, o desejo de felicidade.
Acreditava que a vida seguiria vagarosamente seu rumo, e que nenhum sentimento iria amordaçar meu coração. Desde pequena decidi que o destino não ditaria as regras na minha vida. Ahn, doce ilusão. Cresci e descobri na saudade, ausência e solidão um conflito realmente adulto. Coisas de criança vão se perdendo, e aquela inocência do "eu sou dona do meu nariz e do meu coração" vira puro feminismo no mundo acadêmico.
A vida são repetições, e tudo que se repete, tende a se esvair, é questão de tempo. Aquele sorriso, aquele olhar, aquele momento, aqueles que ficam guardados no coração. Todos estes, enxergo hoje, que o tempo leva embora. Coisas boas não se repetem largamente, e a rotina faz com que o dia-a-dia torne-se o veneno mais brutal. A falta, ausência, saudade transforma a rotina, que um dia foi completa, desejada e feliz em lembranças, que traz saudade, e, por consequência, solidão.
Já me disseram que o tempo é quem cura tudo. Acredito hoje que o tempo é aquele que testa os sentimentos, e este mesmo é quem me mostra aqueles que realmente são verdadeiros, aqueles que valem a pena, e que eu vou levar pra vida toda.
Tudo na vida é questão de tempo, e depender do tempo é incompleto, porque ele não podemos controlar. Não consigo parar no tempo, voltar no tempo, avançar no tempo.
O que eu sei é que sobra tudo ao meu redor. Sobra saudade, sobra falta, sobra ausência, sobra paz, sobra silêncio, sobra companhia, sobra amor.
Os importantes que me faltam precisam voltar para que todo esse despercício pare.

Uma devaneada qualquer, que só tem na cabeça pensamentos devaneantes.

Letícia Christmann

2 comentários:

uma criança. disse...

Sinto-me exatamente assim. ainda gostaria de saber o que se vem a seguir.

Fida, Letz.

Érica Ferro disse...

O tempo é a nossa cura e o nosso veneno, ao mesmo tempo.

Ah, Lê... Você viu meu comentário no post de aniversário do Pensamentos? *-*

Beijo.

 
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