Saiba que o universo agora te ouve falar

em domingo, agosto 30, 2009

Paz de espírito - Ls Jack

Toda realeza em seu nobre altar
Assim de repente se afoga nas ondas do mar
Esse mesmo mar já não faz voltar
Tanta prepotência que o homem mantinha no olhar
Foi Deus quem quis assim
Cada folha no jardim
Foi teu filho quem te escolheu
Pra vida linda aqui
Tão linda aqui
Faça suas preces te levantar
Saiba que o universo agora te ouve falar
Deixa que a verdade aparecerá
Mesmo que as pessoas prefiram não acreditar
Que foi Deus quem quis assim
Pra tudo tem um fim
E nem percebeu
A vida triste aqui
Tão triste aqui

Dólar pra comprar
Paz de Espírito
Não se vende o paraíso

Dólar pra comprar
Paz de Espírito
Não se vende o paraíso

Faça suas preces te levantar
Saiba que o universo agora te ouve falar
Deixa que a verdade aparecerá
Mesmo que as pessoas prefiram não acreditar
Que foi Deus quem quis assim
Cada folha no jardim
Foi teu filho quem te escolheu
Pra vida linda aqui
Tão linda aqui


Deixa que a sombra se transforme em luz
Deixa brilhar
Espera que o amor te seduz
O olhar

Dólar pra comprar
Paz de Espírito
Não se vende o paraíso

Dólar pra comprar
Paz de Espírito
Não se vende o paraíso

Deixa que a sombra se transforme em luz
Deixa brilhar
Espera que o amor te seduz
O olhar

○○○

Postado por Erica Ferro

Que a falta seja doce...

em sexta-feira, agosto 28, 2009
Uma tristeza profunda cresce em mim ao pensar que o agora, daqui a alguns segundos, será o passado.
E o passado é coisa de que não se tem poder: não podemos editar ou vivenciar novamente.
Passou, já foi, só se repetirá em nossos devaneios e em nossas lembranças.
Quantas vezes não me peguei pensando nos tempos infantis, onde era bem mais destemida e mais forte. Sim, talvez porque não conhecesse a brutalidade do mundo. Eu era mais destemida porque não tinha sido abordada por tantos medos como hoje tenho sido.
Ah, como era bom as brincadeiras de boneca... os risos acriançados, a inocência correndo nas veias, a fantasia de uma idade adulta feliz, casada com um homem bom e com muitos filhos.
Ah, como era tão mais doce sonhar quando era uma criança. Não tinha experimentado as frustrações do mundo. Hoje não consigo sonhar sem desacreditar por um momento que seja.
E sem fé é impossível conquistar algo.
Sinto falta dos cabelos negros do meu pai. Às vezes fico me perguntando: "Onde estão os cabelos escuros do meu pai?"
E o tempo responde: "Tem duas opções: você pode crer que eu os descolori - mal descoloridos, pois notam-se umas madeixas acizentadas -, ou que dei uma linda coloração branca com mechas cinzas."
Não sei qual escolher.
E minha mãe, cadê seu rosto jovial. Hoje nota-se rugas leves em seu rosto, ainda jovem, mas não tanto quanto anos atrás.
Sinto falta dos anos que foram guardados na mala chamada passado.
Meu irmão, então, cadê seu aspecto de recém-nascido? Parece que foi ontem que ele nasceu. Lembro como ontem, chegou pela primeira vez à sua casa com a face afogueada e faminto, chorava tanto. Hoje ainda chora, mas não com aquela intensidade e nem pelos mesmos motivos. Hoje ele fala e pode falar o que sente e o que quer. Hoje ele é um pequeno grande homem.
E eu, então, onde estão meus 6 anos?
Ficaram em 1996.
Hoje me vejo com 19 anos. Noto sinais de envelhecimento. Minha pele não é mais a mesma de anos atrás. É, o sol desgasta a pele, o tempo nos envelhece, mas também nos amadurece.
Hoje posso dizer que sou bem mais madura do que há tempos achei que já fosse.
Tudo o que vivi: momentos felizes e tristes, melodias harmoniosas e outras nem tanto, coração descompassado e passado para trás...- tudo isso é a base do que sou hoje.
Mesmo sabendo que tudo o que passou me faz ser o que hoje sou, dói não poder vivenciar novamente toda a vida que ontem foi vivida. É que às vezes queremos trazer o passado para o nosso presente. Mas o que é o nosso presente é o que temos nas mãos agora: o hoje.
O hoje é o nosso presente.
Portanto, aproveitemos o hoje para que amanhã possamos lembrar, com os olhos marejados de doces lágrimas, de nossos remotos momentos, mas sempre presentes, graças à máquina do tempo que são nossos pensamentos.

(Erica Ferro)

Cheiro que enlouquece e embriaga

em
Me embriaguei no teu cheiro
Cheiro que me remete à sanatórios
Sou insana
Insanamente apaixonada por você
E você só me faz sofrer

Sente prazer em me ver penar por você?
Te amo
Isso não comove você?
Quer que eu chore um pouco mais só pra te comover?
Não me é difícil
Desde que conheci você minha vida é sofrer

(Erica Ferro)

Quase sem querer...

em quinta-feira, agosto 27, 2009

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo
E tão contente...

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira

Mas não sou mais
Tão criança, oh! oh!
A ponto de saber tudo...

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo
O mesmo que você...

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto...

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero
O mesmo que você...

(Legião Urbana - Quase sem querer)

***

Sabe essa música? Pronto, ela fala por mim. O que eu queria falar, em partes, está aí.

Postado por Erica Ferro

Meu coração te reconheceu...

em terça-feira, agosto 25, 2009
Segura meu coração
Em tua mão
O acolhe
Não me devolve
É teu
Não é mais meu

Quando te vi
Meu coração quis sair de dentro do meu peito
Reconheceu de quem é de direito
Meu coração quer estar onde você está
Meu coração te quer

Te suplico:

'Sem você eu não vivo
Fica comigo'

(Erica Ferro)

Um dia de pesadelos...

em domingo, agosto 23, 2009
Tantos acontecimentos num mesmo dia. A morte do pai, o infarto da mãe e o desespero do irmão. E ela? Ela ficou sem reação, chocada, absorta em pensamentos.
Não podia ser verdade que seu pai, seu querido pai, tivesse morrido num acidente de moto.
Não, não podia ser verdade que sua mãe, ao saber a notícia da morte do pai, tivesse sofrido um infarto e estivesse à beira da morte.
Era um pesadelo. Sim, um horrível pesadelo! Não, não, ia além de pesadelo, era quase irônico. Ironicamente verdadeiro, um pesadelo.
A tia tinha se oferecido a ficar no hospital com a irmã, mãe de Pâmela. Disse que ia ficar tudo bem, que Jussara ia melhorar, que ela era forte. Pâmela fez um gesto de cabeça, como se dissesse "eu acredito". Mas um acredito bem cansado e pouco crente, na verdade.
Ela estava realmente a ponto de desabar. Um corpo frágil como o dela não havia de suportar uma montanha rochosa caindo sobre ele, o esmagando. Não havia mesmo.
Na cama, olhando para o que estava além da janela, uma chuva fina, como se o céu estivesse chorando, se compadecendo de sua desgraça e dor, lembrava dos olhares dos vizinhos, olhares como de quem se desculpa, de quem abraça com um sorriso meio envergonhado, mas reconfortante. Não, não era olhar de quem quer confortar. Era pena mesmo, ela sabia.
Mas não tinha raiva de que sentissem pena dela, não tinha forças pra isso. Ela se sentia desgraçadamente miserável, triste também, absolutamente triste. Tudo havia perdido a cor, o brilho e o cheiro. A vida perdeu o sentido. Não havia mais razão para comer, dormir ou viver. Não havia mais. Mas, sobressaltada, teve um lapso de sanidade e revelação "Não, não, eu ainda tenho razão para viver. Minha mãe ficará boa, eu sei. Não pode acontecer tantas desgraças com uma pessoa que tem apenas 12 anos. Não, não pode."
Caiu num choro forte e ininterrupto. O que tinha vivenciado naquele horrível dia parecia disco arranhado na cabeça da pobre menina - Pâmela achava que não conseguiria dormir, que morreria de tanta dor e agonia. O que ela não compreendia, pois não tinha condições de pensar logicamente, era a possibilidade de os pensamentos cessarem.
De tanto chorar e pensar nas coisas horrendas e quase inacreditáveis daquele dia, dormiu. Sonhou que tudo aquilo não passava de um horrível pesadelo, que a mãe e o pai estariam esperando ela e o irmão para mais uma refeição matinal.

(Erica Ferro)

A vida pede você!

em
Acabou o tempo de sofrer
Iniciou-se o tempo de viver
De ser feliz
De crer no querer
No conseguir

Sempre é tempo de viver
Sempre é tempo de sonhar
Sempre é tempo de concretizar
E não existe espaço para o desistir
Para o não sorrir
Para o não ser feliz

A sutileza do momento
O momento que pede sentimento
O sentimento que pede verdade
A verdade que pede o amor
O amor que pede a felicidade
A felicidade que pede vida
A vida que pede você

E há uma paixão que mora no mais íntimo do teu coração
Uma paixão pela vida
Deixe que ela aflore
Entregue-se
Viva essa paixão
Viva a vida com toda emoção

(Erica Ferro)

Oh! que saudades que tenho!

em
Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!


Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!


Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!


Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!


Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!


................................


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Alinhar ao centroNaquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu



Postado por Erica Ferro

Mude

em quarta-feira, agosto 19, 2009
Mude!
Mas comece devagar,
porque a direção
é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas
com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois,
procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
Viva outros romances!
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos,
novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer, o
novo amor. a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde
ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a
vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é
a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!

(Autor desconhecido)

Postado por Letícia Christmann

Mudança!

em
Lamentável. Lastimável.
Mudanças sempre assustam.
Mudar, ser uma metamorfose ambulante é melhor sim do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Mudar de ares, mudar de amores, mudar de vícios, mudar (não não, variar seria a palavra correta) de amigos.
Andar do lado direito, invés do esquerdo.
Comer naquele restaurante novo que abriu.
Usar as meias laranjas que sempre teve vergonha.
Experimentar morango com margarina.
Tentar, mudar, modificar, fazer diferente. A vida pode seguir dessa maneira.
Rotina?! Rotina é para os fracos.
O bom é poder variar, poder dormir mais tarde, acordar mais cedo. Ir para onde quer, por que quer e, o mais importante talvez... Com quem quiser.
Sentimentos mudam.
Pessoas mudam.
Ideias mudam.
Hábitos mudam.
Corpos mudam.
Amigos mudam (mas não precisamos mudar de amigos se compreendermos com todo o coração, que os amigos mudam).
Vontades e desejos mudam.
O dia muda.
A noite muda.
Gostar da mudança é opcional...
Mas que graça teria tudo, se fosse tudo sempre igual?


Olhe uma rotina sem graça:


Cotidiano - Chico Buarque

Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...

Todo dia ela diz
Que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz
Toda mulher
Diz que está me esperando
Pr'o jantar
E me beija com a boca
De café...

Todo dia eu só penso
Em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Prá levar
E me calo com a boca
De feijão...

Seis da tarde
Como era de se esperar
Ela pega
E me espera no portão
Diz que está muito louca
Prá beijar
E me beija com a boca
De paixão...

Toda noite ela diz
Pr'eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor...

Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...
Todo dia ela diz
Que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz
Toda mulher
Diz que está me esperando
Pr'o jantar
E me beija com a boca
De café...
Todo dia eu só penso
Em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Prá levar
E me calo com a boca
De feijão...
Seis da tarde
Como era de se esperar
Ela pega
E me espera no portão
Diz que está muito louca
Prá beijar
E me beija com a boca
De paixão...
Toda noite ela diz
Pr'eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor...
Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...

Letícia Christmann

Tempo!

em sábado, agosto 15, 2009
A gente percebe o quanto as coisas mudam com o passar dos dias. Já me disseram que o tempo faz milagres. Hoje, mais do que nunca, eu acredito nisso.
Com o passar do tempo, opniões mudam, amigos voltam, amores se arrependem do passado, saudade bate silenciosamente, e a incerteza de quantos são os dias que vem pela frente me assalta a cada segundo. Cada segundo que se passa é um a mais vivido, e um a menos na sua vida.
Me surpreende nisso tudo, as mudanças de opinião, as mudanças de opção, e os arrependimentos. É engraçado quando alguém faz algo sabendo que vai se arrepender, se arrepende e tenta voltar atrás. Mas o tempo passou, e assim como ele pode ser milagroso, ele pode ser maligno.
O tempo sufocante da saudade, a peculiaridade do ser tarde demais, o mundo girar e nunca parar no mesmo lugar.
A singularidade de pensamento que o tempo acarreta traz consigo o mais amargo sentimento: aquele do "poderia ter sido diferente".
No fim, o tempo todo passou.
Talvez não tenha havido nada.
Talvez não pudesse ter havido nada.
Talvez o voltar atrás tenha sido tarde demais.
Aja e reaja. Não deixe ser tarde demais.
Pelo menos tente.
Antes a cabeça abaixada do eu tentei e não consegui do que aquela de vergonha, de falta de coragem.
Coragem, coragem...
Sentimento nobre que admiro cada dia mais.
O tempo faz admirarmos mais o mundo e suas maravilhas também.
O tempo, ao mesmo tempo que é bondoso, é do mal.
E é esse paradoxo que tanto me fascina.

Letícia Christmann
"Então me abraça forte, e diz, mais uma vez, que já estamos distante de tudo... Temos nosso próprio tempo..." (Legião Urbana)
""E a saudade em mim agora, quanto tempo será que demora um mês pra passar?" (Biquini Cavadão)
"Tire esse azedume do meu peito, e com respeito trate minha dor. Se hoje sem você eu sofro tanto, tens no meu pranto a certeza de um amor." (Los Hermanos)
"Mas se essa vida é passageira, chorar eu sei que é besteira... Mas meu amigo, não dá pra segurar..." (Ira!)
"Quase 10 anos depois, eu consigo entender! Eu tinha que continuar, fosse com ou sem você." (Hateen)
"A gente se deu tão bem, que o tempo sentiu inveja... Ele
ficou zangado e decidiu que era melhor ser mais veloz, e passar rápido pra mim." (Móveis Coloniais de Acaju)
"Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não pára!" (Cazuza)
"Mas há dias em que nada faz sentido, e os sinais que me ligam ao mundo... Se desligam. Eu sei que uma rede invisível irá me salvar...O impossível me espera do lado de lá... Eu salto pro alto eu vou em frente, de volta pro presente!" (Frejat)
"Agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou... Vai ser difícil sem você, porque você está comigo o tempo todo..." (Legião Urbana)
"Longe de você eu enlouqueço muito mais... Eu vivo na espera de poder viver a vida com você!" (Charlie Brown Junior)
"O mundo dá voltas, não posso mais parar, é só correr atrás... Nem tudo mudou... Não quero mais pensar no que ficou pra trás, e nada faz voltar!" (CPM 22)
"O céu é só uma promessa. Eu tenho pressa vamos nessa direção, atrás do sol que nos aqueça, minha cabeça não aguenta mais!" (Engenheiros do Hawaii)
"Retrovisor mostra passado com lembranças mal resolvidas, mostra ruas que escolhi, calçadas e avenidas. Deixa explícito que se vou pra frente, coisas ficam pra trás. A gente só nunca sabe que coisas são essas!" (O Teatro Mágico)

Sou...

em sexta-feira, agosto 14, 2009
...uma personalidade em constante modificação. Gosto de ser assim: mutável. Mudar é preciso. Mudar molda ou desmolda. Gosto de me moldar. Me aperfeiçoar. Tenho sonhos, anseios, devaneios. Sonho é coisa que sai de dentro do meu travesseiro. Sonho é parte do todo que me move, que me impulsiona. É por um sonho, por um desejo, que eu acordo e busco fazer e ser aquilo que sonho, que planejo.
Duvido, duvido da minha capacidade, duvido da 'verdade'. Eu vivo duvidando, investigando. Sou desconfiada, louca, desvairada, apaixonada. Tenho várias paixões, dentre elas estão os livros e a natação. Não sei escrever, mas escrevo. Não sei viver, mas estou aprendendo. E assim vou vivendo, aprendendo, sofrendo, morrendo. Mas renascendo a cada amanhecer, em busca de uma nova razão para viver.


Sou livro. Algumas histórias tristes, muitas outras alegres. Umas para ser eternamente lembradas, outras para serem determinantemente esquecidas.


Sou dor. Me lavo de lágrimas, mas logo depois me seco com o lenço da esperança.

Sou arrependimento. Me arrependo dos meus atos desastros que resultaram em feridas profundas. E prometo nunca mais errar, mas, como sou humana, deslizo na neve dos erros novamente, sempre e sempre.

Sou vencedora. Quando o sol anuncia o novo dia, me levanto, espanto o medo e a insegurança, e começo a lutar pelas conquistas, pelas vitórias que eu sempre sonhei e desejei.

Sou mocinha. Inocente e boba. Sou vilã. Esperta e encantadora.
Sou verdadeiramente humana. Sou um quadro com traços fortes e marcantes.
Minhas cores são vibrantes.

Tem tempos que sou agridoce; outros bem doce e tem outros que sou excessivamente azeda.
Mas a fase que mais prevalece é a fase agridoce. A vida nem sempre nos sorri, e é aí que nós azedamos. Passamos do ponto. O doce queima e/ou azeda. Ficamos assim. Azedamente ruins.

Sou uma mistura, mal ou bem misturada (depende de como você me vê), de todos as músicas que ouvi, de todos os livros que li, de todos os amores que já vivi.

Sou uma reação à ação do mundo, das situações e da ação de mim mesma.

Sou assim. Louca. Apaixonada. Determinada. Amendrontada. Mas estou viva. E, enquanto eu viver, eu posso ser e vencer.
Ser o que intimamente sou.

Vencer o que me vence.
Ser feliz plenamente. Sempre.

•••

Palavras...
Suficientes? Quase suficientes? Ou nem um pouco suficientes para dizer o que se é e o que se quer?
Se bem usadas, podem chegar a uma bela tradução, a uma bela conclusão. Mas nunca perfeita, completa e indiscutível.
Afinal, cada ser humano tem dois olhos e enxerga da maneira que sabe, da maneira que quer.

Para encerrar, deixo uma frase que gosto muito e que fechará, com certeza, esse texto com chave de ouro:

"Tudo que me caracteriza é apenas o modo como sou mais facilmente visível aos outros e como termino sendo superficialmente reconhecível por mim."
(Clarice Lispector, A paixão segundo GH)

•••



(Erica Ferro)

Perfeição!

em
Perfeição - Legião Urbana

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar o nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatus
Perséphone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
E os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
E o voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
Todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo e nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo o roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
JÁ aqui também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção
Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição




Postado por Erica Ferro

Quase...

em quinta-feira, agosto 13, 2009
"Outra vez, as coisas ficam fora do lugar
Quando então, começo a me sentir em casa..."
(Jay Vaquer - A falta que a falta faz)

• • •

Por mais que eu tente
Nada consigo
Nada realizo

O nada é o que me espera e me abraça sempre
Quando não é o nada
É o quase

Quase sou
Quase acontece
Quase...

Os "quases" não me satisfazem justamente por serem incompletos
Eu quero o copo cheio
Não quero meio ou até mesmo vazio

Quero me sentir plena
Quero me sentir verdadeiramente útil
Quero me sentir, sentir o que de melhor há em mim borbulhando
Acontecendo
Sendo

Eu quero
Esse é o quase problema
Querer faz parte do poder
Mas não é o suficiente para conquistar
É preciso buscar
Fazer alguma AÇÃO
A motivAÇÃO tem
Só falta a reAÇÃO

Eu espero que um dia eu deixe de teorizar
Eu espero...
Eu disse espero?
É, não tem jeito
Eu quase serei...

(Erica Ferro)

Second Heartbeat

em quarta-feira, agosto 12, 2009
Segunda Batida Cardíaca - Avenged Sevenfold

Se foi...
Nós continuamos escrevendo, falando e planejando, mas tudo está mudando
Nós todos sabemos o que fazer mas ninguém mais sabe
Agora esse tempo passou e cheio de remorso
Duas no meu coração me deixaram por um momento, eu fiquei sozinho
Quando elas voltarem, isso não será o mesmo
Minha vida, você sempre esteve lá
Agora você se foi e minha cabeça está girando
Deixe a infância, deixe as memórias, deixe os bons tempos no passado
Seguindo seu tempo acabou
Desejando que o relógio permanecesse, o mundo pode esperar
Desperdiçando uma vez mais, uma vez vivido como amigos
Enquanto o tempo passa, remorsos pelo resto da minha vida
Os únicos que eu confiei se foram na escuridão da noite
Nunca te esquecerei, e todas as memórias do passado
Tão raramente eu consigo ver seu rosto
Crescendo eu olhei para você como uma orientação
Todos nós sabíamos que o tempo nos mataria, mas você ainda está tão perto de mim
Para mim você era minha vida
Para mim você era minha companheira de alma
Agora você está tão longe
Nada pode levar os momentos e as memórias que nós tivemos
Volte, para os dias quando nós eramos jovens
Volte, para os dias quando nada importava
PS - Nada importa e tanto faz, se é pra sempre ou nunca mais...
Postado por Letícia Christmann

Finjo esquecer, só para me esconder...

em terça-feira, agosto 11, 2009
"Sou meu próprio líder: ando em círculos
Me equilibro entre dias e noites
Minha vida toda espera algo de mim"

A montanha mágica - Legião Urbana

***

Meu corpo anda meio trôpego. Meus passos são inseguros, como um alguém que está prestes a se esborrachar no chão.
Reconheço esse estado de tonteira. Tenho dessas coisas. Minha vida é assim: fases que eu tenho total controle e coordenação do meu corpo e fases que o vento me leva para lugares que eu desconheço e continuo não conhecendo mesmo ao chegar lá. É como se, quando estou nessas fases de tonteira, ficasse fora de mim, não conseguisse assimilar e entender nada. É como eu simplesmente fosse vivendo, aliás, sobrevivendo, matando os dias. Os dias... os dias.
Falando em dias, é o fim de outro dia. Outro dia que se vai. Eu ando tonta. O vento me leva, e eu não tenho controle sobre mim.
Detesto me sentir assim, me ver assim. Eu quero voltar a ter controle, a ter comando sobre o que sou, sobre o que quero.
O que faço para voltar à sobriedade?
Me ajude, segure minha mão, me conduza à um lugar claro.
Já estou, mais uma vez, pedindo auxílio.
Por que será que eu não consigo seguir sozinha? Por que será que eu sempre tenho que pedir ajuda? Sei que, em muitos casos, pedir ajuda é algo nobre e louvável.

Mas há coisas que nós somos capazes e precisamos fazer sozinhos, para nosso próprio crescimento, para o nosso próprio bem.
É curioso e, ao mesmo tempo, odioso essa minha sabedoria. Aliás, eu não sou sábia, apenas sei as teorias. Sábia eu seria se praticasse todas essas teorias.
Só sou um computador, uma máquina registradora de teorias, uma adepta da covardia.
Seria preferível me odiar, talvez. Mas isso seria mais uma covardia de minha parte.
O que tenho que fazer é largar essa maldita covardia, sair detrás dessa cortina e me mostrar como sou para quem quer que seja.
Teorias...
Devaneios.
Logo durmo. Amanhã acordo, e esqueço...
Ou finjo esquecer para, mais uma vez, me esconder detrás da densa e escura cortina.
Covardia!

(Erica Ferro)

Se eu morrer antes de você...

em segunda-feira, agosto 10, 2009
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!"
Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas? Então ore para que nós vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu...
"Ser seu amigo... já é um pedaço dele..."
Chico Xavier
PS-
Cheio de luz... Foi assim que Gustavo passou para o outro lado.
Uma acrobacia super bem feita, perfect, como ele gostava de fazer...
Sem nenhum deslize, sem nenhum tremor.
Os olhos cheios de sol. Cheios do azul berrante do céu.
O coração quente e transbordando com o verde a terra fértil.
O orgulho da acrobacia perfeita, tudo sob controle.
E, de repente, sem perceber, seu espírito já estava no reino de Deus.
Sem nenhum sofrimento, sem nenhuma perturbação.
Ele nem percebeu a passagem, pois já estava no céu.
É tão estranho, os bons morrem jovens. Saudades de ti meu eterno amigo. Cadete aviador Gustavo (07/12/83 - 31/08/04)
Postado por Letícia Christmann

Pai

em domingo, agosto 09, 2009
Father - Cat Stevens
Pai, oh pai
Me escute se puder
É verdade o que eles dizem
Que a vida é um sonho?
Eu não entendo
As coisas que fazem chover em meus olhos,
Elas são reais ou mentiras?
Você sabe que eu escuto bastante sobre você
Eu daria qualquer coisa
Para ir em um pequeno bote com você
Para falar sobre o esquema das coisas,
Em um pequeno bote com você.
Pai, oh pai
Me guie se você puder
Ou me dê a chance de seguir você para a casa
Eu sou seu filho, mas que queria ter te conhecido,
Quando você era jovem.
Você era solitário como um garoto?
Você sabe que eu daria muito para te ver agora
Eu iria a qualquer lugar
Pegar uma pequena bengala e andar com você
Falar sobre o esquema das coisas
Em uma pequena caminhada com você.
Pai, oh pai
Me dê só um pouco de esperança
Eu sinto algo lá fora se comunicando comigo.
Bem, aqui estou
Você não me levará com você?
Para fora desse labirinto
Desse lugar...
Porque está ficando tão frio e sozinho aqui
Eu faria qualquer coisa
Para sentar em uma pequena pedra com você
Falar sobre o esquema das coisas
Em uma pequena pedra com você.
Me mostre
Me mostre
Me mostre o caminho
Depois deles me triturarem
E me deixarem cinza
Me mande forças para eu não ficar com medo
E quando eu fechar os olhos,
Deixe-me ver você uma vez na luz.
Pai, oh pai
Me cure se puder.
É verdade o que eles dizem?
A vida é um sonho??


Postado por Letícia Christmann

Tornou-se raiva, afinal?!

em
Estou ficando irritada demais, brigando com ela por nada já.
Mas nunca uma briga é por nada.
Talvez ela não se toque.
Minha liberdade, minha privacidade, minha vida e minha família.
Além das minhas coisas...
É necessário ter um pouco de tato antes de ir se apossando dessa maneira das coisas dos outros.
Mas ele, afinal, precisa se tocar também.
Apesar de ser namorado da minha irmã, não é meu irmão!
Então saia da minha casa!
Eu quero poder sair do banho enrolada na toalha, quero poder usar o shorts que eu escolho, quero assistir o canal de tv que eu decidi e poder comer arroz com ovo no almoço.
Por favor, saia daqui um pouco.
Você está me incomodando.
Você está se apropriando do meu espaço.
Você está sendo inconveniente.
Se toca.

Letícia Christmann

CARTA PARA LONGE

em
CARTA PARA LONGE

O tempo vai um encanto,
A Primavera 'stá linda,
Voltaram as andorinhas...
E tu não voltaste ainda!...

Porque me fazes sofrer?
Porque te demoras tanto?
A Primavera 'stá linda...
O tempo vai um encanto...

Tu não sabes, meu amor,
Que, quem 'spera, desespera?
O tempo está um encanto...
E, vai linda a Primavera...

Há imensas andorinhas;
Cobrem a terra e o céu!
Elas voltaram aos ninhos...
Volta também para o teu!...

Adeus. Saudades do sol,
Da madressilva e da hera;
Respeitosos cumprimentos
Do tempo e da Primavera.

Mil beijos da tua q'rida,
Que é tua por toda a vida.

Florbela Espanca

***

Hoje o romantismo me pegou de jeito.
Preciso de ti, meu amor, quando vens me conhecer? Espero todos os dias por você.

Postado por Erica Ferro

PARA QUÊ?!

em sábado, agosto 08, 2009
PARA QUÊ?!

Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?!... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...

Florbela Espanca

***

É, hoje estou triste e depressiva. Gosto mais ainda de Florbela quando estou nesse estado.

Postado por Erica Ferro

Metrópole.

em sexta-feira, agosto 07, 2009
Metrópole - Legião Urbana

"É sangue mesmo, não é mertiolate"
E todos querem ver
E comentar a novidade.
"É tão emocionante um acidente de verdade"
Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre:
Vai passar na televisão
"Por gentileza, aguarde um momento.
Sem carteirinha não tem atendimento -
Carteira de trabalho assinada, sim senhor.
Olha o tumulto: façam fila por favor.
Todos com a documentação.
Quem não tem senha não tem lugar marcado.
Eu sinto muito mas já passa do horário.
Entendo seu problema mas não posso resolver:
É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver.
Ordens são ordens.
Em todo caso já temos sua ficha.
Só falta o recibo comprovando residência.
Pra limpar todo esse sangue, chamei a faxineira -
E agora eu vou indo senão perco a novela
E eu não quero ficar na mão

***
Postado por Erica Ferro

"Sonho que um verso meu tem claridade para encher todo o mundo!"

em quinta-feira, agosto 06, 2009
Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

Florbela Espanca

Postado por Erica Ferro

Em algum lugar no tempo

em terça-feira, agosto 04, 2009
Em Algum Lugar no Tempo - Biquini Cavadão
Não guarde mágoa de mim
Também não me esqueça
Talvez não saiba amar
Nem mesmo te mereça
Como as ondas do mar
Sempre vão e vem
Nossos beijos de adeus
Na estação de trem
Um gosto de lágrima no rosto
Palavras murmuradas
Que eu quase nem ouço
Que eu quase nem ouço...
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Em algum lugar
Ainda estamos juntos
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos...
Não tenha medo de mim
Não importa o que aconteça
Não me tire da sua vida
Nem desapareça
Como as ondas do mar
Sempre vão e vem
Nossos beijos de adeus
Na estação de trem
Um gosto de lágrima no rosto
Palavras murmuradas
Que eu quase nem ouço
Que eu quase nem ouço...
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Em algum lugar
Ainda estamos juntos
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos
Juntos...
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos
Não guarde mágoa de mim!
Postado por Letícia Christmann

O nome disso é CORAGEM?!

em
Eu sei que eu preciso.
Eu sei que eu quero!
Eu sei que é o que meu coração manda...
Ou pelo menos deveria saber...
Mas minha cabeça diz não.
Diz pra não fazer,
Fala em arrepender...
E enquanto isso continuo eu aqui,
Sem saber o que fazer.
Você já se colocou no meu lugar?!
Você já pensou no que fazer no meu lugar?!
Você tem ideia do que é estar aqui?!
Estou presa,
Simplesmente encarcerada
Sem saber pra onde ir...
Sabe...
Andei pensando...
Eu preciso de você,
Mas não do mesmo modo
Que você precisa de mim.
É tão estranho
Eu sinto que você quer voar...
Mas eu continuo aqui, encarcerada.
Enjaulada.
Eu te amo, te amo sim!
Mas não do jeito que tu queres que eu te ame.
Não do jeito que tu mereces que eu te ame.
Talvez a coragem fuja de mim
Minha mente sabe o que quer
Minha mente sabe o que não quer
Talvez seja meu coração que ainda não tenha se decidido.
Poxa, eu já disse que gosto de você...
Mas aconteceu tudo tão rápido
Que agora eu não sei mais.
Não deu tempo para eu me decidir
Não escolhi se te machucaria ou não
Foi de repente!
Eu gostaria de sentir mais do que raciocinar
Ouvir suas palavras
E saber que é exatamente elas que eu queria ouvir,
Mas o que mais dói
É saber que não é a tua voz que eu quero ouvir
Dizendo tão belas palavras.
Nãoquero ouvir da tua boca.
Desculpe...
Desculpe se eu não consigo,
Se eu não posso ainda.
Não quero estar te usando
Não estou te usando
E não é isso que você merece
Ou que eu desejo pra ti.
Desculpe
Desculpe
Desculpe
Mas sabe...
As vezes falta coragem...
Letícia Christmann
PS- Numa peça de teatro, chamada "Não sobre o amor" (recomendo!- Paulista!!), com uma pessoa que já foi muito especial pra mim (que é aquelas que nem sempre dá pra entender ou perguntar o porque), eu ouvi a protagonista dizer:
"Um estrangeiro é aquele cujo o coração encontra-se em outra nação."
Talvez seja isso.
Mas talvez realmente falte coragem.
 
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