Finjo esquecer, só para me esconder...

em terça-feira, agosto 11, 2009
"Sou meu próprio líder: ando em círculos
Me equilibro entre dias e noites
Minha vida toda espera algo de mim"

A montanha mágica - Legião Urbana

***

Meu corpo anda meio trôpego. Meus passos são inseguros, como um alguém que está prestes a se esborrachar no chão.
Reconheço esse estado de tonteira. Tenho dessas coisas. Minha vida é assim: fases que eu tenho total controle e coordenação do meu corpo e fases que o vento me leva para lugares que eu desconheço e continuo não conhecendo mesmo ao chegar lá. É como se, quando estou nessas fases de tonteira, ficasse fora de mim, não conseguisse assimilar e entender nada. É como eu simplesmente fosse vivendo, aliás, sobrevivendo, matando os dias. Os dias... os dias.
Falando em dias, é o fim de outro dia. Outro dia que se vai. Eu ando tonta. O vento me leva, e eu não tenho controle sobre mim.
Detesto me sentir assim, me ver assim. Eu quero voltar a ter controle, a ter comando sobre o que sou, sobre o que quero.
O que faço para voltar à sobriedade?
Me ajude, segure minha mão, me conduza à um lugar claro.
Já estou, mais uma vez, pedindo auxílio.
Por que será que eu não consigo seguir sozinha? Por que será que eu sempre tenho que pedir ajuda? Sei que, em muitos casos, pedir ajuda é algo nobre e louvável.

Mas há coisas que nós somos capazes e precisamos fazer sozinhos, para nosso próprio crescimento, para o nosso próprio bem.
É curioso e, ao mesmo tempo, odioso essa minha sabedoria. Aliás, eu não sou sábia, apenas sei as teorias. Sábia eu seria se praticasse todas essas teorias.
Só sou um computador, uma máquina registradora de teorias, uma adepta da covardia.
Seria preferível me odiar, talvez. Mas isso seria mais uma covardia de minha parte.
O que tenho que fazer é largar essa maldita covardia, sair detrás dessa cortina e me mostrar como sou para quem quer que seja.
Teorias...
Devaneios.
Logo durmo. Amanhã acordo, e esqueço...
Ou finjo esquecer para, mais uma vez, me esconder detrás da densa e escura cortina.
Covardia!

(Erica Ferro)

Um comentário:

Letícia disse...

A vida não pode ser conta - gotas na nossa mão.
A vida não pode ser, medida com precisão.(Engenheiros do Hawaii)

Cada vez nos perdemos mais em nós mesmos né?!
Mas passa, sempre passa, como tudo na vida deve passar.
Esse ir e vir doido que ninguém explica, e ninguém entende.
Esse ser e não ser.



Vida Louca, vidaaa!

Mas covardia jamais!

Admiro-te!

 
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