O novo medo.

em quarta-feira, setembro 29, 2010
Era composta assim: um pedacinho de cada um.
Gostava de todas as suas cicatrizes, todas as rugas devido aos risos e também aos choros.
Preferia sentir dor comparado a não sentir nada.
Tinha dentro de si, uma lembrança de cada. Pequena, grande, estranha, quadrada, redonda, inteira ou despedaçada. Tinha em si o mundo todo, e cabia muito mais.
Era o que era, e o que havia escolhido ser, aceitando todas as consequências devido ao seu modo de ver o mundo.
O mundo. Mudou muitas e muitas vezes seu ponto de vista em relação à ele. Viver é mudar, remudar e mudar de novo.
Era mudança, a mudança que cabia em si. Entendia que tudo mudava. Mas todos os olhares, momentos e amigos que carregava consigo, eles sim era algo que nunca mudaria. Felicidade ou angústia, fazia parte dela.
Estava começando a entender o que é envelhecer, ter experiência de vida. E o que tempo curava ou qual cicatriz ele deixava.
Tudo caminhava ao devir do ser e deixar de ser.
Não tinha mais medo da mudança, agora seu medo era da memória. E do esquecimento.


"E ninguém dirá que é tarde demais,
Que é tão diferente assim...
Do nosso amor a gente é quem sabe."
(Los Hermanos)

Ps. Você me pediu, e aqui está. Marcelo, esse é pra você.

"E pra nós dois, sair de casa já é se aventurar..."

Letícia Christmann

É segunda-feira (e cinza).

em segunda-feira, setembro 27, 2010
Não adianta, já se foram os dois dias mais esperados da sua semana.
E essa Segunda, além de ser segunda, está cinza.
E além de cinza está fria.
Eu só fiquei assim ao lembrar que era ela quem havia chegado.
Queria apenas estar deitada em chôro, aconchegada em meu vazio.
Mas omitindo meus sentimentos a encaro,
aguardando que sua próxima vinda não me faça sentir a vida vã,
mas que me seja dada a coragem de encarar os ônibus de cada dia,
o despertar do relógio, o chefe sem alegria e a luta contra o ócio.


(Karol Coelho)
Ê, meu São Paulo de pedras, de chuva, de cinza...

O Último Romance

em sexta-feira, setembro 24, 2010
Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar
(Los Hermanos)


Ps. Linda, de tudo. Você já se encontrou assim?

Postado por Letícia Christmann

I found out

em domingo, setembro 19, 2010


*Ando muito calada ultimamente.
John Lennon fala por mim hoje, certo?
Até outro dia.

Erica Ferro

Meus Rabiscos

em sexta-feira, setembro 17, 2010
Eu rabisco meus passos por aí.
Rabisco bem rabiscado.
Os guardo pra lembrar.

Tenho rabiscos dos meus sonhos.
E como todo bom rabisco,
só eu entendo, e olha lá!

Nos rabiscos visualizo horizontes,
Novas formas.
As vezes mudo as cores do meu lápis.
As vezes, uso caneta mesmo!
É mais difícil de apagar!

Rabisco desde cedo!
De vez em quando eu pego um lápis emprestado.
A borracha já tentei usar, mas mesmo assim,
Quase sempre ficam as marcas no papel.

Vou rabiscando aqui, rabiscando lá!
Cada um com seus rabiscos!
Estou aprendendo a desenhar.

(Karol Coelho)
Tava com saudade!

Re-Nascer

em quinta-feira, setembro 16, 2010
Ela andava, distraída. Observava as árvores centenárias em volta, trazendo a sombra tão desejada naquele dia de sol exuberante. A brisa batia leve em seus cabelos, fazendo com que eles se mexessem sem que quase ninguém notasse. Estava feliz, vestida de branco, calma, sem pressa. Queria chegar ao mar, sentar na praia e ficar ali até anoitecer, tentando contar as estrelas, vendo o sol se por, a lua brilhar e o sol nascer. Queria poder contar os grãos de areia que abrigasse na palma da mão. Queria ver tempestades, raios, trovões e o arco-íris. Desejava deitar e acordar só com o sol em seus olhos. Tomar banho de mar.
Ela andava, distraída. Pensava em como tê-lo ao seu lado em todos aqueles devaneios seria bom. Ela poderia incluir o querer sorrir, sentir e viver em todas as suas vontades com ele por perto. Os tropeços não seriam tão dolorosos, não com uma mão para ajudá-la a levantar naquele caminho sinuoso. Talvez o caminho até o mar nem parecesse tão comprido, tão distante.
Ela andava, distraída. E, na distração, concluiu que precisava de um novo amor. Aquele que a acompanharia sem reclamar. Aquele que estaria ali, sempre e pra sempre.

"Vem ver o sol nascer,
Vem ver a vida nascer,
Sob esse céu azul que brilha no infinito,
Onde tudo é mais bonito,
Onde um dia encontrarei você..."
(Valter Klug)

Letícia Christmann

Nada por mim

em domingo, setembro 12, 2010
Lembra daquela última vez que estivemos juntos? Sorrimos, brincamos, conversamos. Parecíamos amigos, sem brigas, sem preocupações, sem desavenças. Eu consigo me lembrar daquele dia com facilidade, acho até que não faz tanto tempo assim. Mas aquela felicidade quase plena parece distante. Não fingíamos, não conversávamos com meias palavras, nenhuma frase poderia tomar duplo sentido como de lá pra cá.
Naquela última vez estávamos completos, realmente juntos. Estávamos ligados, interessados. Agora vejo, parece muito tempo. Nos desconhecemos tão fácil, nos desencontramos, não nos acertamos. Começo a sentir que nos conhecemos demais. Demais para estragar. Será que viramos um só que não conseguiu se dar bem?
Nessa história toda conseguimos ser o diabo e o anjo ao mesmo tempo. E o mais importante esquecemos: nós.
E como sempre, a cama fica vazia, a vida rotineira, o coração apertado... E o que sobra é a falta.
-
"Você me tem fácil demais, mas não parece capaz de cuidar do que posssui. Você sorriu e me propôs que eu te deixasse em paz, me disse vai e eu não fui.
Você me diz o que fazer, mas não procura entender que eu faço só pra te agradar. Me diz até o que vestir, com quem andar e aonde ir, mas não me pede pra voltar...
Não faça assim, não faça nada por mim... Não vá pensando que eu sou seu."
(Paula Toller e Herbert Vianna)
-
Letícia Christmann

Qual é?

em terça-feira, setembro 07, 2010
-Qual o seu maior medo?
-Qual sua melhor qualidade?
-Qual seu momento mais feliz?
-Qual seu momento mais triste?
-Qual seu maior sonho?
-Qual seu maior arrependimento?
-Qual momento você voltaria no tempo?
-Qual seu plano imediato?
A conversa baseava-se nisso. No meio das perguntas, os olhos verdes dele fitavam-na e tomava mais um gole de cerveja. Sentados no chão, riam, se divertiam, filosofavam, se confessavam.
Levou-a até em casa. Amanhecia. As estrelas haviam sumido, o céu ficando azul claro e em menos de dez minutos, ambos assistiram a passagem da noite pro dia. Fora uma noite agradável. Um amanhecer agradável. Os passarinhos assobiavam pelo caminho inteiro.
Entrou e dormiu como um anjo. Acordou pensando em todas as perguntas, e o quanto esquece de perguntar-se as vezes. Tem um motivo pra continuar, todo dia, mesmo sem saber qual é.
Sentou-se na cama e sentiu a ressaca. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas...

"Se você não se lembra
Então feche os olhos e sinta
Onde quer que esteja
O tempo vai voltar

E as nuvens serão velhas paisagens
E eu estarei apertando a sua mão
Eu estarei a seu lado"
(Ira! - Mesmo Distante)


Letícia Christmann

De Janeiro a Janeiro

em quarta-feira, setembro 01, 2010
(Roberta Campos - Nando Reis)
Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar
-
Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar
-
Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar
-
Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de Janeiro Á janeiro
Até o mundo acabar

Ps. Essa música é linda, não?!
Postado por Letícia Christmann
 
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