Ela andava, distraída. Observava as árvores centenárias em volta, trazendo a sombra tão desejada naquele dia de sol exuberante. A brisa batia leve em seus cabelos, fazendo com que eles se mexessem sem que quase ninguém notasse. Estava feliz, vestida de branco, calma, sem pressa. Queria chegar ao mar, sentar na praia e ficar ali até anoitecer, tentando contar as estrelas, vendo o sol se por, a lua brilhar e o sol nascer. Queria poder contar os grãos de areia que abrigasse na palma da mão. Queria ver tempestades, raios, trovões e o arco-íris. Desejava deitar e acordar só com o sol em seus olhos. Tomar banho de mar.
Ela andava, distraída. Pensava em como tê-lo ao seu lado em todos aqueles devaneios seria bom. Ela poderia incluir o querer sorrir, sentir e viver em todas as suas vontades com ele por perto. Os tropeços não seriam tão dolorosos, não com uma mão para ajudá-la a levantar naquele caminho sinuoso. Talvez o caminho até o mar nem parecesse tão comprido, tão distante.
Ela andava, distraída. E, na distração, concluiu que precisava de um novo amor. Aquele que a acompanharia sem reclamar. Aquele que estaria ali, sempre e pra sempre."Vem ver o sol nascer,
Vem ver a vida nascer,
Sob esse céu azul que brilha no infinito,
Onde tudo é mais bonito,
Onde um dia encontrarei você..."
(Valter Klug)
Letícia Christmann
3 comentários:
Mágico!
Também vivo andando por ai devaneando, achando que há alguém me acompanhando. Um dia me peguei falando sozinha na rua. A solidão não é brincadeira.
Digo que parei dessa bobagem de querer achar alguém, mas é pura mentira! Ninguém é feliz sozinho. E no fim sempre procuramos alguém pra ser nosso outro par de chinelo.
Hmmm, pelo visto ela não andava tão distraída assim... por todo o tempo, algum pensamento dela possivelmente tinha um endereço certo...
Espero que eu o encontre, Lê. E se encontrá-lo na beira do mar, seria ainda mais bonito e poético.
Beijo.
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