Ano novo
Avante, como caramujos!
Hoje comecei a ler O Homem Feito, e muito provavelmente o lerei todo ainda hoje (é um livro curto, com poucas páginas, mas com grande significado em cada um delas; um exemplo é esse trecho que postei aqui).
E a minha mensagem pra vocês, meus sinceros votos, é que você sejam como caramujos, obstinados em suas missões, fiéis aos seus sonhos e objetivos; que nunca se detenham diante de nada e de ninguém. Mas, diferentemente do caramujo do livro, desejo que vocês cheguem a algum lugar, ao lugar a qual vocês queiram chegar, sonham em chegar, ambicionam em chegar. Ainda que vocês não saibam ainda que lugar é esse, vão, caminhem; logo vocês hão de descobrir.
Sintam-se abraçados por mim, obrigada por lerem a mim e as meninas durante todo esse ano. Nos veremos em breve.
Hasta la vista, pueblo devaneado!
Quero dizer,
aqui do lado esquerdo...
a imensidão do amor que se apossou
do meu coração.
eu não posso expressar,
pois você já sabe,
sempre soube.
não há mais
o que revelar,
não há mais
o que dizer.
tudo já foi dito com o mais
singelo olhar,
com o mais tímido aperto
de mão,
com o mais desajeitado
abraço.
abraço esse que só
queria ter sido mais
preciso, mais apertado,
que só queria ter dito:
"eu te amo",
"cuida-me de mim".
porém você não entendeu
a linguagem do meu
corpo.
ou fingiu não entender,
por não ter o que dizer,
por não saber como agir,
por não ter forças para
revelar a verdade:
a não-reciprocidade.
a minha voz continuará
calada,
confessando apenas com os
meus olhos e braços.
sonhando com o dia que você dirá
qualquer coisa que irá me
salvar e me acalentar pelo
resto da eternidade.
eu devaneio e acabo
sonhando com você dizendo
que sempre me amou,
sempre.
e eu continuarei me
iludindo,
me enganando,
até que a realidade me
acerte com um tiro certeiro
aqui do lado esquerdo,
para que jamais eu ame outra vez.
e que eu morra, morra de uma vez.
aceito a morte,
mas o não-amor definitivamente
eu não aceito.
(Erica Ferro)
*Postado por Erica Ferro
The end
Desgastou. Descoloriu. Apodreceu. Esfriou. Venceu.
Não me interessa um amor mofado, sem cor e sem gosto. Gosto de amor novo, com toda a vitalidade que se pode querer de um amor. E é por isso que eu estou te deixando, meu ex-amado.
Não me odeie por isso, por favor. Leve os bons momentos do nosso amor, mas não guarde com saudade, com uma vontade de que eles se reprisem. Guarde apenas como algo bom que lhe aconteceu, que nos aconteceu, mas não os deseje de novo, de volta. Só iria te magoar. Só iria apodrecer o nosso amor já tão apodrecido e inutilizado.
Eu estou indo agora, está bem? Amanhã, envie-me as nossas fotos, os presentes que eu lhe dei ou jogue-os fora você mesmo. Envie-me só se não tiver coragem de se desfazer por si mesmo.
Não pense que eu sou fria ou insensível. Eu só não quero um amor assim na minha vida, e nem na sua. Não merecemos isso. É isso, meu ex-amado, desejo a você um amor novo, cheiroso, florido e bonito, imensamente bonito. Espero que me deseje o mesmo. Eu mereço. Você merece. Nós merecemos. E esse será a última frase que escrevo "nós".
Adeus.
* * *
Postado por Erica Ferro
O outro Brasil que vem aí
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos telhados.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e das regiões.
As mulheres do Brasil em vez de cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil.
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrar pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores
No samba
O compasso do meu coração ao te olhar
É no samba que você não quer dançar
Que eu sorrio o sorriso de te encontrar
A minha vez
Por que? Por que? Por que? ♫
Gospel - Raul Seixas
Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)
Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar? (perguntar)
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que sempre aquele que (você) quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (perguntar)
passam por minha cabeça. Canta, Raul! Canta! Indaga!
Descreve-me!
*desculpem a ausência, mas eu voltei!
Ela sorria...
Mais um pouco...
Um dia de aventura.
Assim permanece o dia. Só na aventura do desejo insaciado, do olhar entregado, do sorriso discreto perdido na brincadeira.
É hora de ir, mas mesmo com o tempo avançado, vem a desculpa para dar uma escapada. Era a hora, só podia ser essa a hora. O tempo criado para arriscarem seus corações, colocando-os em um poço de saudade dado pelo beijo que fizera da espera de uma tarde juntos, se transformar em nada perto da distância que agora têm que enfrentar.
O quadrado dos catetos
Crônica publicada no jornal Pioneiro, 23/07/2010
A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. Hipotenusa? Como é mesmo o nome daquela loura que cantou doidona o hino nacional? Não é bem Hipotenusa, mas algo assim. O povo riu e criticou, mas aquele hino nacional na versão da tal Hipotenusa é a cara da relação de muitos políticos com o Brasil. Hum, isso pode ser tema da redação.
Memorize, memorize... A soma do quadrado dos catetos... Cateto não é um tipo de arroz? Arroz quadrado? Só se for daqueles italianos, para risoto. Como será que fazem para o grão ficar assim, cortadinho? Deve ser algum truque transgênico. Opa, esse lance transgênico pode ser tema da redação. Os naturebas não querem nem saber disso. Ah, mas eles comem aquele arroz integral grudado... Gente estranha!
Vamos lá, teorema de Pitágoras. Grego tem cada nome esquisito e enorme! É Anaximandro, Parmênides, Eurípedes, Aristóteles, Arquimedes. O tal Platão, apesar de terminar em ão, deve ser um diminutivo. Platão! Parece o Cebolinha pedindo um prato grande: quelo um platão. Um platão de lisoto de aloz cateto...
Arre! De novo: em qualquer triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa... Pera lá! Se é triângulo, como pode ser retângulo? Isso eu sei muito bem a diferença. Um tem três lados, o outro tem quatro. Cadê a lógica? Depois querem que a gente aprenda matemática. Os caras viajam! Devem tomar as mesmas boletas da dona Hipotenusa... Esse teorema de Pitágoras devia se chamar teorema LSD. Ou teorema do Chapeleiro Maluco. Um triângulo que é retângulo? Deu nó aqui, deu nó...
Melhor pegar um pouco de biologia. A célula é a unidade funcional dos seres vivos. Núcleo, citoplasma, mitocôndria... Ah, tinham que esculhambar. Mitocôndria deve ser nome de grega. Dona Mitocôndria, mulher de seu Alcebíades... Complexo de Golgi! Sim, tadinha, traumatizada com o nome horrível, dona Mitocôndria sofria com o Complexo de Golgi! Ui, com essa, escorreguei no vacúolo, caí no zigoto!
Cadê as outras apostilas? Química. Física. Literatura. Geografia. É melhor dar um tempo. Ser inteligente agora é descobrir onde a mãe escondeu meus patins.
Já disse por aqui o quanto admiro o Nivaldo, não é?
Pois aí está mais uma crônica genial dele.
Espero que gostem.
E me desculpem pela ausência aqui no Pensamentos Devaneantes.
Sem promessas, mas espero que eu volte a postar frequentemente, como antes.
Postado por Erica Ferro
O mesmo de sempre
O novo medo.
"E ninguém dirá que é tarde demais,
Que é tão diferente assim...
Do nosso amor a gente é quem sabe."
(Los Hermanos)
Ps. Você me pediu, e aqui está. Marcelo, esse é pra você.
"E pra nós dois, sair de casa já é se aventurar..."
Letícia Christmann
É segunda-feira (e cinza).
E essa Segunda, além de ser segunda, está cinza.
E além de cinza está fria.
Eu só fiquei assim ao lembrar que era ela quem havia chegado.
Queria apenas estar deitada em chôro, aconchegada em meu vazio.
Mas omitindo meus sentimentos a encaro,
aguardando que sua próxima vinda não me faça sentir a vida vã,
mas que me seja dada a coragem de encarar os ônibus de cada dia,
o despertar do relógio, o chefe sem alegria e a luta contra o ócio.
O Último Romance
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar
Ps. Linda, de tudo. Você já se encontrou assim?
Postado por Letícia Christmann
I found out
John Lennon fala por mim hoje, certo?
Até outro dia.
Erica Ferro
Meus Rabiscos
Rabisco bem rabiscado.
Os guardo pra lembrar.
Tenho rabiscos dos meus sonhos.
E como todo bom rabisco,
só eu entendo, e olha lá!
Nos rabiscos visualizo horizontes,
Novas formas.
As vezes mudo as cores do meu lápis.
As vezes, uso caneta mesmo!
É mais difícil de apagar!
Rabisco desde cedo!
De vez em quando eu pego um lápis emprestado.
A borracha já tentei usar, mas mesmo assim,
Quase sempre ficam as marcas no papel.
Vou rabiscando aqui, rabiscando lá!
Cada um com seus rabiscos!
Estou aprendendo a desenhar.
Re-Nascer
Nada por mim
Qual é?
-Qual sua melhor qualidade?
-Qual seu momento mais feliz?
-Qual seu momento mais triste?
-Qual seu maior sonho?
-Qual seu maior arrependimento?
-Qual momento você voltaria no tempo?
-Qual seu plano imediato?
A conversa baseava-se nisso. No meio das perguntas, os olhos verdes dele fitavam-na e tomava mais um gole de cerveja. Sentados no chão, riam, se divertiam, filosofavam, se confessavam.
Levou-a até em casa. Amanhecia. As estrelas haviam sumido, o céu ficando azul claro e em menos de dez minutos, ambos assistiram a passagem da noite pro dia. Fora uma noite agradável. Um amanhecer agradável. Os passarinhos assobiavam pelo caminho inteiro.
Entrou e dormiu como um anjo. Acordou pensando em todas as perguntas, e o quanto esquece de perguntar-se as vezes. Tem um motivo pra continuar, todo dia, mesmo sem saber qual é.
Sentou-se na cama e sentiu a ressaca. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas...
"Se você não se lembra
Então feche os olhos e sinta
Onde quer que esteja
O tempo vai voltar
E as nuvens serão velhas paisagens
E eu estarei apertando a sua mão
Eu estarei a seu lado"
(Ira! - Mesmo Distante)
De Janeiro a Janeiro
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar
-
Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar
-
Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar
-
Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de Janeiro Á janeiro
Até o mundo acabar
Canto choroso
Hoje o meu canto é triste porque o meu moço
partiu assim, tão abruptamente, sem sorriso
de despedidas, sem nada, nadinha.
O meu moço foi e levou tudo o que eu tinha:
eu só tinha ele.
Será que o moço ouve meu canto choroso?
Moço, eu te tive tão sem querer, tão suavemente,
tão secretamente, que você partiu sem saber
que era meu, e era meu pra sempre.
Não sei onde você se escondeu.
Você se escondeu?
Não sei, eu não sei de mais nada.
Só sei que meu maior desejo, meu maior sonho,
minha única obsessão no momento é encontrar
você e dizer: "moço, você é meu... Não percebeu?".
Não posso me enganar. O meu moço não me ouve.
Ah! Hoje minha canção é tristinha.
Eu não quero mesmo que vocês escutem.
Vocês chorariam.
E eu não sou tão egoísta de querer ver vocês tristes
comigo, compartilhando da minha dor.
Na verdade, eu quero essa dor, eu quero lidar
com ela.
Quero saber matá-la, mas eu espero matá-la
com um beijo dele, o do moço dos meus sonhos.
Um beijo do moço das minhas loucuras, das minhas
agonias.
O moço que é toda a minha alegria.
O moço que é meu, mas não sabe.
E eu espero que não morra sem saber.
Aliás, quem morrerá serei eu, senão conseguir
dizer-lhe isso logo.
A dor é grande.
E eu continuo cantando.
Cantando e chorando...
estórias.
Já inventei estória no Sacudindo Palavras.
Agora resolvo devanear por aqui.
Há muito que não sinto essa dor intensa
de paixão sofrida, castigada e unilateral.
No meu coração, as coisas estão calmas,
tranquilas e, hoje, sei amar sem afobação,
sem muitas ilusões.
Amo sem procurar motivos.
Amo porque amor, seja lá como for,
nos torna melhor.
Colore a vida.
Hasta la vista, muchachos!
=*
Pedaço de mim
Pois sou atriz
Vivo me arriscando, dando piruetas pela vida
E só escapo por um triz
Me apetece viver na corda bamba
Inventando poesia
Tocando samba
Mergulhando em fantasia
Sou menina-moleque, que paga pra ver
Que deve e não paga
Que pensa que é o que poderia ser
(Erica Ferro)
* * *
Finalmente postei algo por aqui.
As palavras têm me fugido. Ou eu tenho fugido delas?
Não sei, mas agora entendo que eu só preciso
parar e escrever.
É isso que eu farei.
Não vou me afastar tanto daqui.
Hasta la vista!
@ericona.
Meu Tributo à Vida
Estou vivo, por isso, penduro bandeirolas para alegrar meu dia. Estou vivo, por isso, visto a fantasia de poeta e tento compor meu hino.
Sento-me no trono do imperador e soberanamente decreto que todo dia, de agora em diante, será feriado. Estou vivo, por isso, organizo o maior de todos os banquetes; e tratarei os próximos 365 dias como se fossem os dias do meu aniversário.
O que amo na vida? O imponderável; dançar na beira de abismos; tentar cruzar despenhadeiros em corda bamba; esperar o tiro de canhão na largada da maratona e não saber como vou terminá-la.
Adoro desconhecer as notícias que o telefone trará quando se intrometer em meu sono. Como é fascinante sentir um medinho infundado antes de receber os exames do laboratório. Já sinto borboletas voando na minha barriga só de pensar quando este medinho se transformar no Grande Pavor.
Creio que lutarei com bravura quando precisar enfrentar a Dama da Foice que vai tentar me seqüestrar em seu bornal, rumo ao improvável horizonte.
Como é bom poder dizer que cada dia é suficiente em seu próprio mal, e não fugir de acordar a cada alvorada, mesmo sabendo que naquela manhã poderei renascer das cinzas, como naufragar em problemas.
O que amo na vida? Gente. Gosto de admirar a diversidade humana - tanto dos que me rodeiam como de quem nunca verei o rosto, admiro pecadores e santos.
(...)
Karol Coelho
Algum dia
Aos Meus Heróis
Crônica na Pedra
Faz parte
O sonho foi bom, sentia o gosto do beijo, o cheiro do perfume.
Lembrava, ao acordar, minimamente do sorriso, do olhar, do que sentia ao abraçá-lo.
Olhou em volta e lembrou de onde estava.
Fechou os olhos e respirou fundo. Com o caminho do ar, percebeu o breu que se abriu novamente dentro dela. A saudade. Um abismo escuro, estranho, profundo.
O rosto, momentaneamente, se fechou, e sentiu uma lágrima escorrer e molhar o travesseiro.
Respirou fundo, vezes e mais vezes, até se reestabilizar.
Não queria se levantar, não queria se mexer, não queria perder a sensação que teve quando abriu os olhos. Aquele calor do amor que não sentia há muito.
Não conseguiu recuperar a sensação mágica, o frio no estômago.
Olhou no relógio do celular, 06:43.
Estranhou o embrulho de sentimentos que teve em apenas 1 minuto. 1 minuto.
Levantou-se, foi ao banheiro e lavou o rosto. Se olhou no espelho e se reconheceu. Era a mesma confusão de sentimentos de sempre. Todos os sentidos aflorados e, por fim, ela, apenas ela. O mesmo rosto de sempre no espelho.
"Devolva-me o que você levou...
Leve-me contigo:
Perca-se comigo..."
(Faz parte - Engenheiros do Hawaii)
Da Luz
Eles cercam por todos os lados
Voando, rastejando, zumbizando.
Chegam assim, rapidamente
Desenfreados, sem saber a direção, apressados
Simplesmente rápidos
Batem, debatem, rebatem
A lâmpada cheia
Bichinhos da luz
Que de tanto bater
Acabam no chão
Mortos.
Ei, bichinhos
Vocês deviam ter aprendido
Já que mamãe já dizia...
A pressa é inimiga da perfeição
E vocês sabiam já
Que não se chega na luz com tanta facilidade,
Nem pela força...
Com jeitinho, devagarzinho.
Não é o prédio que tá caindo...
Prédio - Apanhador Só
Não é o prédio que tá caindo,
são as nuvens que tão passando.
Não sou eu que não tô sorrindo,
é teu olho que, lacrimejando...
É a tua sorte que não tá fluindo,
é o teu norte que tá variando.
Não é o prédio que tá caindo.
Não é o prédio que tá caindo,
são as nuvens que tão passando.
Não sou eu que tô confundindo,
é confundindo que eu vou te explicando.
Te explicando é que não faz sentido,
sentido é o pára que te papapá!
Manobrando premissas sem ver
Que o prédio não tá caindo
Vem, que as nuvens não tão passando
Não sou eu que não tô curtindo,
é teu coro que, desafinando...
Teu compasso que, diminuindo...
É tua mira que tá mosqueando.
Não é o prédio que tá caindo,
São as nuvens que tão passando.
E o meu vô continua vivo.
* * *
Vão, pesquisem sobre eles, por mais músicas. Baixem todo o cd deles. Vale muito a pena.
Qualquer outra hora apareço e devaneio por aqui. Certo?
No mundo atual...
Numa sacola...
Silêncio compreendido
Nossas palavras são os olhares, profundos
Nosso carinho é escondido,
sentido num abraço, num simples gesto
Nos falamos com beijos pesados... leves, intensos e serenos
Nos entendemos com o sentir do pulsar dos nossos corações
Nos sentimos com nosso suor inquieto
Caminhamos juntos sem precisarmos dar as mãos
A gente se gosta baixinho
Nem precisamos dizer algo
Em nosso silêncio preenchemos nosso vazio,
compreendemos nossos desejos,
acertamos nosso caminho.